GOL cancelou a linha São Paulo/Guarulhos-Caracas

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Depois de vários meses de negociações infrutíferas com o Governo da República Bolivariana da Venezuela, a companhia aérea GOL anunciou que vai abandonar a rota de São Paulo/Guarulhos para Caracas/Simón Bolívar. Em causa está o fato da transportadora aérea não conseguir transferir para o Brasil cerca de 90 milhões de dólares (cerca de 351 milhões de reais) que estão retidos em bancos venezuelanos, devido à escassez de divisas estrangeiras no país.

A notícia foi publicada na terça-feira, dia 9 de fevereiro, pela ‘Folha de São Paulo’, no próprio dia em que, segundo o jornal paulista, a GOL deixou de voar para Venezuela. Os passageiros com voos marcados na companhia irão ser protegidos em voos de outras transportadoras, ou, se o quiserem, serão ressarcidos das importâncias já pagas.

A GOL começou a voar para Caracas em 2007 e chegou a ter 28 voos semanais nesta rota. Atualmente estava com duas ligações por semana.

Várias companhias internacionais já abandonaram as rotas para Caracas, pelos mesmos motivos, nomeadamente a Alitalia e a Air Canada. Outras, entre as quais a TAP Portugal e companhias norte-americanas, reduziram o número de ligações e só vendem bilhetes pagos em divisas fortes e estáveis, dólares ou euros, evitando a acumulação de bolívares nos bancos venezuelanos, situação muito difícil de resolver dada a proibição de exportação de divisas para fora da Venezuela.

No caso das companhias dos EUA, a American Airlines passou de 48 voos semanais para 10, enquanto a Delta Air Lines também cortou em cerca de 85% as suas frequências para a capital venezuelana.

O Governo de Nicolas Maduro deve às companhias aéreas internacionais cerca de 3,9 mil milhões de dólares, uma quantia que tem sido constantemente reclamada, não só pelas empresas, como também pela IATA e pelos governos dos países em que as companhias estão registadas.

Outra companhia brasileira, a TAM Linhas Aéreas, a maior do país, também reduziu bastante o seu movimento para Venezuela e neste momento tem apenas um voo semanal de São Paulo/Guarulhos. Em Caracas estão bloqueados 41 milhões de dólares (cerca de 161 milhões de dólares). Fontes da companhia dizem que o único voo será mantido.

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