O Governo Bolivariano de Venezuela anunciou que a companhia aérea estatal Conviasa vai alugar mais um avião de longo curso para iniciar logo que possível a rota Venezuela-Itália, com um voo diário de Caracas para os aeroportos de Roma (cinco voos) e de Milão (dois).
A novidade foi adiantada pelo ministro dos Transportes do Meio Aquático e Aéreo, Luis Graterol, em entrevista ao canal de televisão estatal, na semana passada na capital venezuelana.
O governante disse que a Conviasa irá começar a voar num itinerário que está agora sem voos, dada a retirada da Alitalia.
Contudo, nem tudo parece tão fácil. O único avião que a companhia tem capaz de fazer voos de longo curso, um Airbus A340-200, dos quais há muito poucos a voar com passageiros actualmente, está num aeroporto francês (Bordéus), supostamente a passar por uma grande revisão técnica, mas que se arrasta há mais de um ano. Levá-lo de volta para Venezuela e recolocá-lo a voar deverá ter custos muito grandes, se isso, na prática, em termos operacionais, for possível.
Por outro lado o avião fretado (Boeing 767-300ER EI-FCV (msn 26260) da Blue Panorama Airlines) que estava a fazer voos para Espanha e para a Argentina para a Conviasa, desde há uma semana que não aparece no Aeroporto Internacional Simón Bolivar. A companhia venezuelana, na semana passada, fretou um outro A330-200 à Air Europa para fazer o voo para e de Madrid. Para cumprir o voo Caracas-Buenos Aires, a companhia teve de utilizar um Embraer E190 que necessariamente teve de fazer uma escala intermédia para reabastecimento, além de ser economicamente pouco viável pois o avião tem uma lotação de 122 passageiros.
Há cerca de um ano, quando o Presidente Nicolas Maduro esteve na Europa, foram publicadas notícias em França de que teria havido um acordo de princípio com a Airbus para o fornecimento de dois aviões Airbus A330-200 usados, e de que a fábrica europeia apresentaria mais tarde uma proposta para fornecimento de novos aviões, eventualmente da família A320 para as ligações de Caracas para aeroportos de países latino-americanos. Não se conhece a evolução destes dossiês.