Governo Português vai solicitar à NAV o estudo de alternativas ao novo sistema de movimentos aéreos em Lisboa

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O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, município que integra a Área Metropolitana de Lisboa, disse que o ministro das Infraestruturas concordou em pedir à NAV Portugal para “estudar alternativas” ao sistema de rotas de aterragem e descolagem dos aviões na capital portuguesa.

A administração da NAV – Navegação Aérea de Portugal, segundo declarou o autarca Fernando Paulo Ferreira (Partido Socialista) à agência portuguesa de notícias ‘Lusa’, disse ter “condições para fazer um estudo no sentido de perceber se era possível introduzir alterações ao sistema de aterragem e descolagem dos aviões”, mas necessitava “que fosse o Governo a dar essas indicações” à empresa que gere a navegação no espaço aéreo português.

“Daí ter pedido audiência ao senhor ministro das Infraestruturas, que foi sensível à nossa argumentação e então comprometeu-se a mandar a NAV fazer este estudo”, acrescentou.

O autarca de Vila Franca de Xira, que se reuniu com o ministro Miguel Pinto Luz na quinta-feira da semana passada, admitiu que começa a aparecer “uma luz ao fundo do túnel” para se conseguir “minorar os impactos” da alteração feita em maio nas rotas de aterragem e descolagem no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

“A NAV tinha-me dito que são estudos complexos, porque tem a ver com a segurança aérea e tem também um conjunto de outras autoridades, nomeadamente europeias”, salientou Fernando Paulo Ferreira, que compreende a complexidade dos estudos, mas espera que comecem o mais depressa possível para “tornar a vida mais facilitada a quem” está por debaixo da nova rota.

“Efetivamente, o que se sente é o piorar da situação, nomeadamente em duas cidades, Póvoa de Santa Iria e Alverca [do Ribatejo], e também em Vialonga e Forte da Casa, que são duas vilas na zona sul do concelho”, frisou o autarca, notando que nestas zonas vive a maior parte dos cidadãos de Vila Franca de Xira, com “umas 70.000 pessoas diretamente afetadas” pelo novo sistema de reorganização do tráfego aéreo em Lisboa.

Antes do arranque do novo ‘Point Merge System’ (PMS), em 16 de maio, a maior parte dos aviões que aterravam ou levantavam voo em Lisboa passavam por cima do concelho de Vila Franca de Xira, mas não passavam nem à atual altitude, nem numa rota concreta, e com a “alteração todo o tráfego que sai da Portela foi encaminhado para passar por cima das cidades da Póvoa [de Santa Iria] e de Alverca”, vincou Fernando Paulo Ferreira.

“Aliás, há um abaixo-assinado, uma petição de cidadãos a queixar-se”, pois nunca tinham “tido este problema até entrar em vigor este novo sistema”, sublinhou.

Embora remeta a solução para a NAV, o presidente do município do distrito de Lisboa notou que a alternativa possa passar por “desviar um bocadinho para norte ou para o outro lado do rio” a rota, para não passar por cima de Alverca e da Póvoa de Santa Iria, ou aumentar a altitude, mas terão de ser “os técnicos a avaliar”.

“Estamos a falar, de uma multiplicação por muito do número de aviões a passarem em cima do concelho e por uma rota diferente da que eles faziam mesmo quando passavam” pelo concelho, rematou.

O sistema da NAV de reorganização do tráfego aéreo em Lisboa, PMS, que pode reduzir atrasos, entrou em operação em 16 de maio, após negociações com a Força Aérea e um investimento de dois milhões de euros.

O PMS é um sistema de sequenciação para aproximação a aeroportos, em que, em caso de acumulação de tráfego, os aviões em espera pela sua vez de aterrar são alinhados em dois arcos e encaminhados para uma sequência de aterragem a partir desses arcos, a uma velocidade constante.

Já no modelo utilizado anteriormente, os aviões tinham de fazer esperas circulares em torno do mesmo ponto e, quando tinham autorização para aterrar, passava-se a um procedimento de descida por patamares, exigente do ponto de vista de comunicação entre o controlo de tráfego aéreo e os pilotos.

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