O Governo Regional dos Açores apelou à TAP Air Portugal para que reforce as ligações ou lugares disponíveis nas rotas do continente português para a ilha Terceira e que pondere abrir novas ligações para a América do Norte, revelou o vice-presidente do executivo.
“A falta de lugar que há nos aviões, por um lado, é uma coisa boa, mas, por outro lado, também, às vezes, provoca constrangimentos. Percebi que a TAP estava satisfeita com as taxas de ocupação que tinha para a Terceira. Tendo em conta que a operação está a correr muito bem, que é uma muito boa taxa de ocupação, solicitei que se considerasse aumentar essas frequências ou o número de lugares”, avançou, nesta sexta-feira, dia 30 de agosto, em declarações à agência portuguesa de notícias ‘Lusa’, o vice-presidente do executivo regional açoriano, Artur Lima.
O governante, que tutela a gestão da Aerogare Civil das Lajes, na ilha Terceira, reuniu-se nesta quinta-feira, dia 29 de agosto, em Lisboa, com o presidente do conselho de administração da TAP, Luís Rodrigues.
“São soluções que a TAP irá estudar e eu vim muito entusiasmado porque o dr. Luís Rodrigues conhece muito bem a Região Autónoma dos Açores, conhece bem a nossa realidade insular, conhece bem as nossas dificuldades de mobilidade, já que ele foi presidente da SATA e fez um extraordinário trabalho enquanto cá esteve em termos de mobilidade”, apontou.
Artur Lima salientou que a companhia aérea “opera na ilha Terceira há dezenas de anos” e é a única que tem aeronaves a pernoitar todos os dias nas Lajes, durante o Verão, e dois dias por semana, durante o inverno.
“Isto fez toda a diferença na mobilidade dos açorianos, inclusivamente das equipas desportivas, não só da Terceira, como de outras ilhas”, destacou.
O governante reconheceu as limitações da companhia aérea, mas solicitou um reforço de ligações ou, pelo menos, uma alteração de aeronaves, para acomodar mais passageiros por voo.
“A dificuldade de aviões é muito grande e até final de 2025 a TAP não pode adquirir novos aviões, porque está no processo de reestruturação. Pedi ao senhor presidente do conselho de administração que tivessem em consideração o aumento da pernoita na Terceira durante o inverno e também que procurasse […] aumentar a frequência para alguns destinos”, adiantou.
O vice-presidente do executivo açoriano deixou ainda “a proposta de que estudem a possibilidade de se operar alguma nova rota para o estrangeiro, nomeadamente para a América do Norte, Estados Unidos e Canadá”.
Questionado sobre se a TAP poderia substituir a companhia aérea regional pública SATA, que anunciou uma redução de voos no inverno entre a Terceira e os Estados Unidos da América, Artur Lima disse que não misturava uma coisa com a outra.
“Sobre a SATA, a Aerogare Civil das Lajes pronunciar-se-á a seu tempo. Tínhamos tido antes uma reunião com a anterior administração da SATA. Com este novo presidente do conselho de administração ainda não nos reunimos, teremos oportunidade de nos reunirmos e aí falaremos sobre a operação SATA”, declarou.
Quando confrontado com as críticas do PS, que alertou para uma quebra de 23% no número passageiros provenientes de voos do estrangeiro desembarcados na ilha Terceira, nos primeiros seis meses do ano, o vice-presidente do executivo alegou que muitos estrangeiros chegam à ilha em voos de Lisboa.
“A TAP tem a maior rede de conexões com a Europa e pode captar passageiros da Europa toda, desde que o destino Açores seja bem promovido na Europa e que seja bem promovido pela rede da TAP. Portanto, é uma excelente maneira de captar turistas do estrangeiro sem ser em voos diretos”, apontou, acrescentando que alguns dos voos diretos para o estrangeiro, operados nos mandatos do PS, entre 20212 e 2020, eram “altamente deficitários” e “foram a desgraça da SATA”.
“O que eu acho interessante era comparar os números de 2019 do PS e os números de 2023 deste Governo [Regional] e até 2024, que está a correr muito bem”, rematou.