A Royal Air Maroc realizou na tarde desta sexta-feira, dia 3 de agosto, o voo entre Luanda e Casablanca que tinha sido cancelado na quinta-feira anterior, devido à greve de zelo dos pilotos da companhia.
Na capital angolana tinham ficado sem transporte 220 passageiros, que se manifestaram frente aos escritórios da empresa marroquina no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, face à falta de resposta da companhia aérea de Marrocos, em face do atraso.
Segundo a agência noticiosa ‘Angop’, que cita uma fonte da companhia em Angola, “o cancelamento deveu-se a problemas técnicos de última hora, daí que não foi possível notificar os passageiros atempadamente, pelo que a Royal Air Maroc aproveitou a ocasião para pedir desculpas pelos transtornos causados”.
“Como formo de se desculpar dos clientes, a transportadora premiou 12 passageiros com assentos na classe executiva”, frisou a fonte citada pela ‘Angop’.
A companhia marroquina realiza três frequências semanais entre Luanda e Casablanca, um serviço muito procurado por clientes de diferentes países, que consideram os “preços acessíveis” para passageiros habituais e com várias ligações, indica ainda a agência de notícias angolana.
Contudo, a verdadeira razão do cancelamento desse voo e de outros que, eventualmente, poderão ocorrer, não é essa. A Royal Air Maroc (RAM) cancelou nesta semana 62 voos devido ao “absentismo” dos seus pilotos. Esta greve de zelo que não foi declarada formalmente pelas estruturas sindicais começou no passado dia 20 d ejulho, e tem provocada oi cancelamento de cerca de 10 voos por dia, com maior concentração desde a passada terça-feira, dia 31 de julho.
O jornal espanhol ‘El Confidencial’ noticiou neste fim-de-semana que a Associação Marroquina de Pilotos de Linha Aérea (AMPL) confirmou apenas que existe “absentismo”.
Os pilotos da companhia de bandeira marroquina reclamam uma subida de salários, uma melhoria geral das suas condições de trabalho e aumento dos dias de folga para se equipararem às condições que usufruem os seus “companheiros europeus”.
Os cancelamentos estão a registar-se numa época muito delicada, dado o corrente período de férias com mais movimento nos aeroportos, e também com a proximidade do período do Hajj (tradicional peregrinação muçulmana a Meca, na Arábia Saudita), durante o qual se espera que cerca de 32.000 marroquinos viajem com tal intenção e destino.
Representantes da RAM e da AMPL estiveram reunidos nesta semana para negociar um acordo, mas a verdade é que nada ficou acordado. Os pilotos dizem que irão manter a sua posição, chamada de “absentismo”, enquanto a companhia não ceder às suas reivindicações.