A greve dos tripulantes de cabina das companhias aéreas Azores Airlines e da SATA Air Açores, ambas integrantes do Grupo SATA, com sede na Região Autónoma dos Açores (Portugal), afectou cerca de 2.000 passageiros nesta segunda-feira, dia 1 de maio, primeiro dia da paralisação de 48 horas decretada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
O Grupo SATA estima que nos dois dias de greve sejam afetados quase 5.000 passageiros nas duas companhias aéreas. A Azores Airlines realiza voos para o exterior do arquipélago, nomeadamente para o continente português e para a América do Norte; a SATA Air Açores é responsável pelas ligações comerciais inter-ilhas e também para a ilha da Madeira.
António Portugal, porta-voz do Grupo SATA, adiantou à agência Lusa que, além dos voos cancelados devido à greve, as condições meteorológicas impediram nesta segunda-feira a realização da ligação Horta-Flores-Horta, um voo programado no âmbito dos serviços mínimos decretados em virtude da greve. Além disso, o voo Lisboa-Pico, da Azores Airlines, que seria realizado no âmbito dos serviços mínimos, regressou à capital devido às condições meteorológicas no arquipélago, indicou ainda António Portugal, acrescentando que os passageiros daqueles voos cancelados devido ao mau tempo serão reencaminhados na terça-feira.
O incumprimento de vários pontos do clausulado do acordo de empresa, assim como de alguns protocolos assinados, são os motivos apontados para a greve pelo sindicato, depois deste se ter reunido, na quinta-feira passada, com a administração, em Lisboa, mas sem chegar a um acordo. No pré-aviso de greve, o SNPVAC diz que, no seu entendimento, o conceito de necessidades impreteríveis apenas se confina às regiões autónomas dos Açores e da Madeira “por razões de coesão nacional e isolamento das populações para quem é essencial este meio de transporte”, não se estendendo por isso a voos para o estrangeiro.
O sindicato sublinhou que estão asseguradas as ligações entre Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, e a ilha Terceira e o continente através de outras operadoras, designadamente a TAP, a EasyJet e a Ryanair. Bruno Fialho, do SNPVAC, adiantou à agência Lusa que a SATA solicitou uma reunião com o sindicato, que será realizada na terça-feira, dia 2 de maio, pelas 09h30 locais (mais uma hora em Lisboa), na sede da companhia, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, sublinhando que a estrutura sindical “não está fechada ao diálogo”