A greve das empresas de assistência em escala nos aeroportos portugueses (handling) Menzies, antiga Groundforce Portugal, e Portway levou já ao atraso de 17 voos no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, estando 21 camiões com carga para os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) e Brasil sem previsão de serem despachados, disse uma fonte sindical.
Carlos Oliveira, da direção do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), disse, nesta terça-feira, dia 24 de dezembro, pelas 16h45, em declarações à agência portuguesa de notícias ‘Lusa’, já haver 17 voos com atraso no aeroporto de Lisboa, devido à greve dos trabalhadores da Menzies que prestam assistência em terra nos aeroportos.
Segundo o responsável, o impacto da greve destes trabalhadores, que prestam assistência em terra nos aeroportos, irá sentir-se “mais tarde”, apanhando os voos de longo curso, sentindo-se “um maior impacto entre as 18h30 e as 22h30”.
Carlos Oliveira disse que se encontram 21 camiões com carga para ser carregada e transportada para o Brasil e para os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), “não havendo ainda previsão de quando será descarregada”.
O sindicalista reiterou estar a ser feita pressão sobre os trabalhadores, lembrando que “o chefe de escala está a pressionar as chefias das áreas operacionais para dizerem aos trabalhadores que não podem fazer dois períodos de greve, só podem fazer um”.
“Já aconteceu e voltou a acontecer. Mas os trabalhadores podem fazer um ou dois períodos de greve, fazem o que quiserem”, esclareceu.
A greve, que teve início às 00h00 de anteontem, dia 22 de dezembro, é efetuada em módulos de duas horas nas entradas e/ou saídas dos turnos.
A última informação de fonte oficial da ANA, pelas 13h30 desta terça-feira, dia 24, era de que não havia “voos cancelados devido à greve” e que a mesma estava a decorrer “sem impacto até ao momento”
Carlos Oliveira adiantou que no dia de Natal, na quarta-feira, o impacto da greve “prevê-se que seja mais doloroso”, já que há muitos trabalhadores “que não vão trabalhar o dia todo, não sendo somente duas horas”, precisou.
A agência ‘Lusa’ tentou obter dados sobre a adesão à greve dos trabalhadores da SPdH/Menzies, que reivindicam melhores condições salariais e de trabalho, mas aguarda resposta.
Na origem do protesto está a ausência de resposta da empresa a questões como a falta de transportes a algumas das horas em que turnos começam e acabam e a exigência de que os trabalhadores paguem o parque de estacionamento quando levam o seu carro.
O SIMA exige ainda que a Menzies acabe com a existência de vencimentos base inferiores ao valor do salário mínimo nacional (820 euros em 2024) e cumpra o pagamento das horas noturnas pelo valor previsto no acordo de empresa.
Além dos trabalhadores da antiga Groundforce, também os da empresa Portway têm uma greve marcada para o período do Natal e Ano Novo.
A greve convocada pelos sindicatos abrange todo o trabalho suplementar, com início às 00h00 do dia 24 de dezembro de 2024 e até às 24h00 de dia 1 de janeiro de 2025.
Decorrerá ainda a partir das 00h00 horas do dia 24 de dezembro até às 24h00 do mesmo dia e a partir das 00h00 horas do dia 31 de dezembro até às 24 horas do último dia do ano.
A paralisação irá também abranger o trabalho em dia feriado que seja dia normal de trabalho, a partir do dia 24 de dezembro e até 2 de janeiro de 2025.