Grupo chinês compra 23,7% da Azul, companhia do novo dono da TAP

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O grupo chinês HNA, o mesmo que comprou a Swissport, empresa de handling presente em diversos aeroportos do mundo, nomeadamente do Brasil, assinou um acordo para se tornar acionista da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, companhia fundada e controlada por David Neeleman, empresário nascido no Brasil, filho de pais norte-americanos, que, com o português Humberto Pedrosa, ganhou a privatização de 61% do capital do grupo aéreo português TAP.

O grupo chinês vai investir 450 milhões de dólares (cerca de 1,7 mil milhões [bilhões] de reais) para ficar com 23,7 por cento da companhia aérea brasileira, passando a ter assento no Conselho de Administração da empresa.

“Esse investimento trará importantes benefícios para a Azul em vários aspetos, tais como: fortalecimento do caixa; continuidade do plano de renovação de frota; melhoria de produtos e serviços para nossos clientes; além de amortização de dívidas”, disse a empresa em comunicado distribuído no mercado internacional, nesta terça-feira, 24 de novembro.

O Grupo HNA é um consórcio que opera nos setores de aviação, indústria, turismo, logística e financeiro, com atuação expressiva no financiamento de aeronaves. Na aviação está diretamente relacionado com 14 companhias aéreas que juntas perfazem uma frota de 528 aeronaves. É hoje um dos mais importantes conglomerados aeronáuticos da China, estando desde há algum tempo a fazer compras no ocidente.

Não é a primeira vez que a Azul tem um accionista estrangeiro. Em junho deste ano, a companhia norte-americana United Airlines, do grupo United Continental, tinha anunciado a compra de 5 por cento da Azul por 100 milhões de dólares.

“O investimento de 1,7 mil milhões (bilhão) de reais no cenário atual do Brasil demonstra que temos um modelo de negócio vencedor e o Grupo HNA, como grande investidor, tem confiança absoluta na equipa da Azul. Além disso, coloca nossa empresa como a mais valiosa aérea do mercado brasileiro, atingindo um valor de mais de sete bilhões de reais”, explica o presidente da Azul, Antonoaldo Neves, em comunicado distribuído pela companhia brasileira ao mercado.

Este é o primeiro negócio direto do grupo chinês na América Latina. Adam Tan, presidente do Grupo HNA, refere no comunicado conjunto: “Estamos muito satisfeitos com a nossa nova parceria, pois acreditamos que o modelo de negócio diferenciado da Azul é uma oportunidade de investimento único na América Latina”.

David Neeleman e o português Humberto Pedrosa, dono da empresa de transportes e de logística Barraqueiro, juntaram-se no consórcio ‘Atlantic Gateway’ e ganharam a privatização de 61% da TAP, cujo negócio foi concluído no dia 12.

A entrada do Grupo HNA no capital da Azul pode abrir novas perspetivas de negócio na Ásia, não só para a companhia brasileira, como também para a portuguesa TAP, que estão numa fase de reestruturação das suas redes internacionais, procurando sinergias e potenciando a malha de rotas de acordo com os interesses dos mercados em que atuam, nos dois lados do Atlântico.

 

Esclarecimento da Azul sobre a estrutura acionista da companhia

Face às notícias divulgadas na imprensa internacional de que o Grupo HNA estaria a comprar 23,7% da Azul Linhas Aéreas, investindo US$ 450 milhões, a companhia brasileira esclareceu que apenas 8,4% do capital social da empresa é estrangeiro (incluindo o investimento da United Airlines) e que a aquisição do grupo chinês foi sobre o valor económico da empresa.

O acordo entre as duas empresas incluirá code-share, parceria em voos e nos programas de passageiro frequente.

Imponha-se o esclarecimento já que a legislação brasileira vigente apenas permite a participação de estrangeiros até 20% na composição acionista das empresas aéreas. Uma limitação que poderá em breve ser alterada, tendo em consideração alguns movimentos que se têm registado em Brasília.

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