Grupo SATA não pode “repetir os erros do passado”

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O presidente do Grupo SATA (que controla as companhias aéreas portuguesas SATA Air Açores e SATA Azores Airlines) afirmou nesta segunda-feira, dia 12 de julho, que “há muito mais valor” em fazer “muito bem” o que a companhia já faz, em vez de investir em novas rotas e “repetir erros do passado”.

“Há muito mais valor a extrair agora em fazer muito bem aquilo que já fazemos, nomeadamente os mercados norte-americano, canadiano e alguns na Europa, do que estar a inventar sítios e a repetir erros do passado onde não podemos voltar a cair”, disse Luís Rodrigues, presidente do conselho de administração da SATA, em declarações aos jornalistas na cidade de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, na Região Autónoma dos Açores.

O administrador detalhou que “uma nova rota, seja lá qual for, demora tempo a ser viabilizada, a ser rentabilizada, e as circunstâncias onde a SATA – e outras companhias – estão neste momento, não permitem essa aventura”, pelo que se deve apostar em “oportunidades consolidadas, de risco mínimo”.

Luís Rodrigues falava à comunicação social depois de ter reunido com a secretária de Estado do Turismo, o secretário regional dos Transportes, Turismo e Energia e o presidente do Turismo de Portugal, para conhecer o plano “Reativar o Turismo. Construir o Futuro”.

Este encontro serviu para perceber como é que todos se podem “ajudar uns aos outros”, destacou o responsável pela companhia aérea açoriana.

“Há muita coisa que morre porque acontece no timing errado e nós, até agora, estávamos num plano de sobrevivência. Acho que começamos cada vez mais a ir para um plano de ‘vivência’, que foi o termo utilizado, e que faz todo o sentido”, destacou o gestor.

Luís Rodrigues, presidente executivo do Grupo SATA.

 

Luís Rodrigues referiu ainda que a presença do presidente do Turismo de Portugal e da secretária de Estado do Turismo nos Açores serviu para “validar que, de facto, há muito valor, há muita oportunidade, há muito para fazer” na região.

“É bom saber que todos partilhamos dessa opinião”, observou o presidente do Grupo SATA que adiante defendeu que “a promoção do destino é “fundamental”. “Não podemos entrar numa lógica de pôr os aviões a voar que depois os passageiros aparecem. Tem de ser ao contrário, primeiro a procura tem de lá estar”, sustentou.

A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, afirmou que é importante que o plano de ação agora apresentado “seja conhecido, mas, sobretudo, é importante que seja executado”.

“Para ser executado temos de estar em perfeita simbiose, os parceiros públicos, e os privados, naturalmente. Estou convencida de que a SATA, como outros operadores aéreos, poderão encontrar no plano uma resposta, não a todos os desafios que enfrentam, naturalmente, mas a parte dos desafios, particularmente aqueles relacionados com a viabilização de modelos de negócio associados a rotas já existente e, naturalmente, a novas rotas, também”, prosseguiu.

O secretário regional dos Transportes, Turismo e Energia, Mário Mota Borges, frisou que “o plano está desenhado de uma forma bastante abrangente” e, por isso, espera “que tenha elasticidade suficiente para se ajustar às várias circunstâncias que existem, quer nos Açores, quer no continente”.

O plano “Reativar o Turismo. Construir o Futuro” é um programa superior a seis mil milhões de euros, cerca de metade dos quais destinam-se a apoiar empresas.

Para além do apoio empresarial, o plano tem outros três eixos – Construir o Futuro, Gerar Negócio e Fomentar Segurança, sendo a criação de futuro o segundo eixo com maior dotação orçamental – 2,5 mil milhões de euros.

Com a implementação deste plano, está previsto que a receita do turismo português atinja os 27 mil milhões de euros em 2027 e que o setor retome valores de 2019, o último ano de subida, antes da pandemia de covid-19, em 2023.

 

  • Foto de abertura © Paulo Brito

 

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