O Conselho de Administração do Grupo SATA solicitou ao Governo da República Portuguesa um apoio financeiro no montante de cerca de 163 milhões de euros “destinado a prover as necessidades de liquidez até ao final do corrente ano de 2020”, anunciou nesta terça-feira o grupo que tem sede na Região Autónoma dos Açores. “Este apoio é também a garantia para que o Grupo SATA possa obter financiamento bancário”, explica um comunicado distribuído na cidade de Ponta Delgada, ilha de São Miguel.
A nota informativa revela que “as medidas implementadas no Grupo SATA para debelar os impactos da pandemia são, contudo, insuficientes para colmatar as necessidades de tesouraria que o Grupo enfrenta, sendo necessária uma intervenção pública por parte do Governo da República”.
As referidas necessidades foram identificadas e estimadas pela empresa e concentram-se em três áreas:
- Défice de exploração resultante da queda abrupta da procura;
- Pagamento de dívida vencida a fornecedores;
- Amortização das linhas de financiamento bancário anteriormente contratadas e já em situação pós-moratória.
Este valor pode ser reavaliado em função da evolução do surto de covid-19 e de eventuais exigências ao Plano de Desenvolvimento. Este processo permitirá ultrapassar esta fase difícil e implementar, de seguida, as iniciativas para desenvolver todo o potencial do Grupo SATA.
O Conselho de Administração da SATA Air Açores remeteu uma comunicação ao Governo Regional a dar conta, na forma do Plano de Desenvolvimento 20-25, do potencial do Grupo SATA. Entretanto, dada a situação financeira difícil em que grupo empresarial se encontra (fortemente agravada pelo impacto negativo da pandemia de Covid-19), e para permitir a sua operacionalização, são necessárias medidas públicas de apoio no prazo imediato, em linha com a generalidade das companhias aéreas na Europa.
Este processo foi iniciado em 2020 pelo atual Conselho de Administração, com o objetivo de definir linhas de atuação operacionais, por forma a potenciar receita e a otimizar custos.
A pandemia provocada pelo novo coronavírus e as consequentes medidas restritivas impostas ao setor da aviação com o intuito de conter a respetiva proliferação do vírus determinaram uma suspensão generalizada das atividades de aviação, condicionando o seu processo de transformação.
O contexto provocado pela pandemia teve um impacto muito significativo. Em face da paragem quase total da atividade, foram implementadas todas as medidas possíveis ao dispor da gestão, num cenário em que a preservação da empregabilidade era fundamental.
O Grupo SATA tem duas companhias aéreas: a SATA Air Açores, que se dedica aos voos inter-ilhas no arquipélago dos Açores, e a Azores Airlines que voa para fora do arquipélago, nomeadamente para a Portugal Continental e algumas cidades europeias de maior potencial turístico para a Região Autónoma, e para a América do Norte, onde vivem destacadas comunidades de açorianos.