Holanda quer julgar quatro homens suspeitos de abaterem avião malaio

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Três russos e um ucraniano foram acusados formalmente pela Holanda de serem responsáveis por abater um avião comercial da Malaysia Airlines (voo MH17) em julho de 2014, matando as 298 pessoas, passageiros e tripulantes que seguiam a bordo. O Boeing 777-200ER da Malaysia Airlines, que fazia a ligação entre Amsterdão/Shiphol, na Holanda, e Kuala Lumpur, na Malásia, foi abatido enquanto sobrevoava território ucraniano ocupado por rebeldes pró-russos (LINK notícia relacionada).

A investigação internacional, liderada pela Holanda, país de naturalidade da maioria das vítimas, concluiu que o avião foi abatido por um míssil militar russo e aponta como responsáveis três militares russos e um separatista ucraniano, respetivamente Sergey Dubinsky, Oleg Pulatov, Igor Girkin e Leonid Kharchenko.
Segundo a investigação, Girkin era um coronel do Serviço Federal de Segurança (FSB), sucessor da antiga KGB da União Soviética, que era na altura ministro da Defesa da República Popular de Donetsk, como era conhecido o território ucraniano ocupado por separatistas. Já Dubinsky e Pulatov eram chefes da agência de informação da mesma República Popular de Donetsk. Kharchenko chefiava um batalhão de reconhecimento para um dos departamentos da agência de informação.

A Holanda já emitiu mandados de captura internacionais para os quatro suspeitos e a equipa de investigadores anunciou nesta quarta-feira, dia 19 de junho, que vai pedir à Rússia para poder interrogá-los. Os três cidadãos russos estão na Rússia, segundo a noticiou a agência de notícias britânica ‘Reuters’, enquanto Kharchenko poderá estar na Ucrânia.

Não se espera, todavia, que a Rússia colabore. Vladimir Putin já disse publicamente que o incidente foi uma tragédia, mas que existem “outras explicações” para o que aconteceu e um porta-voz do Kremlin, Dimitry Peskov, diz que a investigação da equipa internacional não é de confiança.

“A Rússia não pôde tomar parte na investigação, não obstante ter manifestado o interesse em fazê-lo logo desde o início”, disse Peskov.

Entretanto, primeiro-ministro da Malásia classificou como “ridícula” a decisão de um comité internacional de acusar três russos e um ucraniano pela queda do voo MH17 em 2014 no leste ucraniano, considerando-a uma medida política para visar Moscovo.

“Estamos muito descontentes porque desde o início tornou-se um assunto sobretudo político para saber como acusar a Rússia”, disse o primeiro-ministro da Malásia, Mahathir Mohamad, em declarações à comunicação social, um dia depois de uma equipa internacional liderada pela Holanda, ter anunciado a identificação de quatro suspeitos, que irão ser julgados por homicídio em março de 2020 na Holanda, país que responsabiliza a Rússia pela participação na destruição do avião.

“Naquilo que nos diz respeito, queremos provas de culpabilidade. Até agora não há provas. Apenas boatos”, concluiu o Chefe do  Governo da Malásia.

Em reação às declarações de Mahathir Mohamad, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, acusou o seu homólogo malaio de ter “semeado a confusão” com as suas críticas. “Imagino que os familiares das vítimas devem ter ficado desapontados e que as críticas semearam muita confusão”, afirmou nesta quinta-feira, dia 20 de junho, Mark Rutte, em declarações aos jornalistas antes do início de uma reunião do Conselho Europeu, que decorre em Bruxelas.

Mark Rutte também referiu que o ministro dos Negócios Estrangeiros holandês irá contactar o Governo da Malásia a propósito das declarações de Mahathir Mohamad.

 

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