‘Hub’ do Sal será retomado logo que existam condições para tal, assegura o Governo

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O ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos, garante que o Hub Aéreo do Sal “não desapareceu” e que continua a ser um projeto com pernas para andar.

Carlos Santos fez esta afirmação, na semana passada, em entrevista à agência cabo-verdiana de notícias ‘Inforpress’, quando abordado sobre a questão, já que a base da TACV/Cabo Verde Airlines, antes no Sal, com a implementação do hub aéreo, volta, nesse período de retoma, a concentrar-se na Cidade da Praia.

Segundo o governante, a constituição da zona económica especial da ilha do Sal é um dos desígnios que está inscrito no programa do Governo para esta legislatura, o que significa, conforme disse, que o executivo estará atento para fazer com que a companhia Cabo Verde Airlines vá se readaptando àquilo que o mercado for apresentando.

“Portanto, em resumo, o hub do Sal não desaparece, nós estamos simplesmente a fazer um compasso de espera para poder voltar a pôr a companhia a fazer as operações consoante o mercado assim se comportar”, reiterou.

Entretanto, interrogado sobre se o hub será ativado e se a base da companhia aérea nacional voltará à ilha do Sal, Carlos Santos explicou que isso já teria a ver com decisões operacionais, ilustrando que em 2019 o panorama era completamente diferente, isto é, uma procura de transportes “muito pujante”, a nível dos transportes internacionais.

“O que estamos a querer dizer é que o hub do Sal é um projeto que está inscrito no programa do Governo para se montar nesta legislatura. Significa que o Governo não vai deixar cair o hub do Sal, ou seja, a zona económica especial da ilha do Sal”, enfatizou.

Atendendo que a Cabo Verde Airlines é uma companhia que tem a sua própria autonomia, que tem em vista responder às suas operações estratégicas, o titular da pasta do Turismo e Transportes advoga que, independentemente disso, deverá comportar-se conforme o mercado assim o responder.

“Portanto, se até 2024 não tivermos ainda mercado suficiente, para a companhia avançar com a sua base aqui no Sal, teremos que ir fazendo um compasso de espera até lá chegarmos”, aclarou.

Perante o cenário, o ministro lembrou que com a pandemia da covid-19, os TACV e outras companhias do mundo foram as “grandes vítimas” dos impactos que o vírus causou no sector da aviação civil, que os TACV, sendo uma companhia que estava na sua fase inicial após a privatização, “sofreu ainda mais”.

Nesse sentido, disse que o Governo fez todas as tentativas para conseguir com os parceiros islandeses um reinício de actividades num clima de “boa pujança”, não obstante as “incertezas que ainda perduram”, não foi entretanto possível, tendo o Governo acabado por tomar as rédeas da empresa, dando algumas orientações à equipa que neste momento está à frente da companhia aérea cabo-verdiana.

Segundo o governante, uma das orientações era no sentido da TACV redirecionar ou reposicionar-se no mercado, já que um mercado diferente de 2019.

“Reposicionar-se de forma que deveria, temporariamente, readaptar-se ao mercado existente, e por isso deveria privilegiar o mercado de ponta a ponta, mais étnico, ligado aos nossos imigrantes e também o mercado turístico, tendo em conta que o panorama que tínhamos em 2019, de uma grande procura de voos internacionais, acabou por retrair”, clarificou.

Nesta medida, Carlos Santos disse que, atualmente, não faria sentido que a TACV continuasse a apostar num mercado de redistribuição de pessoas, passageiros e cargas, a partir da ilha do Sal.

“O mercado retraiu, hoje temos uma série de limitações no que diz respeito à entrada e o acesso aos diferentes países, o que limita as pessoas nas viagens, estamos a falar de limitações como riscos… mas nessa primeira fase a TACV deverá entrar para esses mercados, ligar a Cidade da Praia, São Vicente, ilha do Sal e depois Lisboa”, referiu.

Reiterou, entretanto, que ao longo do ano 2022/2023, à medida que o mercado se for recompondo, a TACV deverá refazer e rever o seu posicionamento para voltar a olhar para o hub do Sal.

 

  • Foto © Cleidir Almeida

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