Imprensa chinesa acusa a Malásia de negligência nas buscas do Boeing 777 desaparecido

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A Malásia pediu à Austrália para liderar as operações no Oceano Índico no décimo dia após o desaparecimento do Boeing 777 da Malaysia Airlines, em viagem de Kuala Lumpur para Pequim. Depois da expansão das operações de busca que envolveram 26 países e perante a mudança nas lideranças dos esforços nos arcos norte e sul da costa oeste da Malásia, a China está novamente a levantar preocupações acerca de falta de informação sobre as investigações, anunciou hoje a cadeia de rádio internacional ‘Voz da América’.

Ontem, na habitual conferência de imprensa semanal, o ministério chinês dos Negócios Estrangeiros voltou a exigir à Malásia que disponibilize mais informações sobre as investigações e em que sentido se devem orientar os trabalhos.

Numa atitude que mostra alguma impaciência por parte das autoridades de Pequim, o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hong Lei disse que as operações de busca enfrentam mais dificuldades com a sua expansão. O funcionário chinês adiantou que o seu país espera que a Malásia melhore os esforços de busca.

A maioria das 239 pessoas a bordo do avião Boeing 777 era chinesa. Esta segunda-feira, dia 17 de Março, o jornal ‘China Daily’, a mais proeminente publicação estatal chinesa em inglês no estrangeiro, argumenta que as informações contraditórias e fragmentadas difundidas pela Malásia tornaram ainda mais difíceis as operações de busca, e muito mais misterioso o incidente.

Um editorial do jornal ‘China Morning Post’, de Hong Kong, chega mesmo a questionar se a Malásia está preparada para dirigir as operações de busca do avião do voo MH370. O editor do jornal sugeriu que era tempo de a China avançar e dirigir as operações, e de Pequim usar a sua influência para pressionar as nações envolvidas a trabalharem em conjunto de forma a resolver o mistério.

Contudo, quando questionado ontem em Pequim durante a conferência de imprensa, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China deixou claro que a Malásia ainda estava a dirigir as operações.

As autoridades malaias disseram que o avião de passageiros poderá estar em dois corredores aéreos possíveis, com base nas projecções de satélites e de dados recebidos cerca de oito horas após a descolagem do aparelho.

Um desses corredores, no sentido Norte, engloba 11 países incluindo a China, num percurso directo ao Cazaquistão na Ásia Central. O outro, é no sentido sul, em direcção à Indonésia e as águas ultra-profundas do Oceano Índico.

O Paquistão e a Índia já disseram que os seus radares ao longo da fronteira não detectaram o avião e, em função disso, alguns especialistas afirmam que o aparelho não terá seguido em direcção da Ásia Central, mas poderia ter feito a trajectória através da Birmânia e do maciço central dos Himalaias e talvez através do espaço aéreo chinês.

Quanto à China, até ao momento não tem sido claro o que os chineses detectaram nos seus radares.

 

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