INEM apoia testagem dos próximos voos humanitários oriundos de Moçambique

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A secretária de Estado das Comunidades anunciou neste domingo, dia 5 de dezembro, que profissionais do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) irão estar presentes nesta segunda-feira, dia 6, no Aeroporto de Lisboa, à chegada do próximo voo humanitário de Maputo, capital de Moçambique, para fazer os testes à covid-19 e para evitar a confusão verificada no sábado passado.

“Lamentamos alguma desorganização que, de facto, se verificou ontem [no sábado, no aeroporto de Lisboa], estamos a trabalhar para que, em futuros voos – que já estão programados – não volte a acontecer”, afirmou Berta Nunes, em declarações à agência portuguesa de notícias ‘Lusa’, acrescentando que o INEM irá reforçar a testagem à chegada dos aviões.

No sábado, a chegada a Lisboa de 282 portugueses vindos de Moçambique num voo especial da TAP Air Portugal provocou um caos no aeroporto, já que os passageiros tiveram de fazer e pagar testes à covid-19, apesar de já os terem feito quando partiram de Moçambique.

Alguns passageiros contaram à RTP que, mesmo com vacinação completa, foi-lhes exigido um teste PCR para embarcar, sendo-lhes cobrado entre 80 e 135 euros.

Na chegada a Lisboa, os viajantes foram confrontados com a necessidade de fazer outro teste.

Segundo explicou à ‘Lusa’ a secretária de Estado das Comunidades, esta exigência de testagem à partida e à chegada está prevista num despacho assinado pelo Governo em 27 de novembro, e que abrange sete países da África Austral – o primeiro alerta de deteção da variante Ómicron da covid-19 foi feito por cientistas da África do Sul –, dos quais só Moçambique tem voos diretos para Portugal.

“As pessoas podem ter feito este teste numa altura em que estavam infetadas mas ainda não estavam a dar [resultado] positivo”, alegou Berta Nunes, indicando que a repetição dos testes “é uma segurança adicional”.

A secretária de Estado sublinhou ainda que foram encontrados casos positivos para covid-19 no voo que partiu de Moçambique e chegou no sábado a Lisboa, embora ainda tenham de ser feitos mais testes para saber se algum deles é da variante Ómicron.

Isto “mostra a importância de fazermos esta testagem por causa da incerteza da variante Ómicron e da necessidade de sinalizarmos e sequenciarmos a existência dessa variante nas pessoas que derem positivo”, considerou, adiantando que o objetivo é “tentar atrasar o máximo possível a entrada da variante até termos mais informação que se considere ser útil para tomarmos medidas, caso se justifiquem”.

Relativamente aos diferentes testes exigidos e aos diferentes valores que os viajantes foram obrigados a pagar, Berta Nunes admitiu que “será preciso clarificar” o que aconteceu.

“O despacho diz claramente que as pessoas, ao chegarem a Lisboa, no aeroporto, serão encaminhados para fazer o teste. Poderá ser o teste PCR ou o teste rápido antígeno. O teste rápido antígeno custa 25 euros, o teste PCR custa 85 euros e estes são os valores. Se há outros valores a serem pedidos teremos que verificar o que se passa”, afirmou.

Para evitar as diferenças, o Governo decidiu que os próximos voos com origem em Moçambique terão, à chegada, a presença do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), instituição com que foi acordado que “o teste a fazer, preferencialmente, será o teste rápido antígeno”.

Segundo a secretária de Estado, só no caso de este teste ser positivo ou inconclusivo é que se fará o teste PCR.

“Porque o teste PCR é o único que permite a sequenciação genómica e, se tivermos um teste positivo, temos mesmo de fazer o PCR”, explicou.

Os próximos voos de Moçambique para Lisboa estão previstos os dias 6 (segunda-feira), 9 e 11, sendo que a organização da testagem – que “não foi a melhor” – está a ser ponderada, em conjunto com outras áreas do Governo e com a ANA Aeroportos, para que passe a correr melhor, concluiu.

O voo desta segunda-feira, dia 6 de dezembro, deverá partir de Maputo pelas 09h20 locais, tendo chegada a Lisboa marcada para as 18h10 locais. O avião, um Airbus A330-900neo (CS-TUE) saiu de Lisboa neste domingo, pelas 19h30, e tem aterragem prevista na capital moçambicana para as 07h10 locais desta segunda-feira. Os dois voos, da responsabilidade da TAP Air Portugal, são considerados de características humanitárias, organizados com o apoio do Governo de Portugal e são coordenados pela Embaixada de Portugal em Maputo.

 

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