A Justiça do Rio de Janeiro determinou a divisão de 70 milhões de reais da massa falida da Viação Aérea RioGrandense (Varig) para pagamento de credores trabalhistas da empresa aérea. A decisão, divulgada nesta terça-feira, dia 24, foi tomada pela juíza Fernanda Rosado de Souza, da 1ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), anunciou a Agência Brasil.
O pedido para destinação do dinheiro para pagamento dos créditos trabalhistas foi requerido pelo Ministério Público, em razão da existência de um saldo de mais de 100 milhões de reais em caixa.
A juíza diz que “o montante de 70 milhões de reais seja, o mais rapidamente possível, vertido ao pagamento pro rata dos credores trabalhistas listados no quadro geral dos credores, resguardados os pedidos de reserva e valores correspondentes a habilitações retardatárias”.
O vice-presidente da Associação dos Pilotos da Varig (APVAR), Élnio Malheiros, afirmou que o valor representará apenas uma pequena parte dos créditos devidos aos trabalhadores, que somam quase 10 mil ex-funcionários da companhia, o que significaria cerca de sete mil reais para cada um.
“Isso não nos afeta. É muito pouco. Só em 2006, nós ficamos cinco meses sem receber um tostão de salário. Em valores da época, nós tínhamos um bilhão [mil milhões na Europa] para receber”, disse Élnio.
Segundo ele, dos milhares de trabalhadores da Varig à época do fecho da empresa, somente os pilotos conseguiram se recolocar no mercado, sendo que a grande maioria teve que deixar o Brasil em busca de emprego: “Dos 1.100 pilotos, cerca de 700 saíram do Brasil”.
Já os comissários de bordo e o pessoal de terra, segundo ele, não tiveram a mesma sorte e foram buscar trabalho em outras áreas. Muitos sofreram problemas de saúde, incluindo transtornos psíquicos pela perda do emprego ou pela diminuição da renda.
- Na imagem de abertura vemos um avião MD-11 da extinta VARIG