LAM adia para 2 de junho retoma dos voos entre Maputo e Lisboa

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A LAM – Linhas Aéreas de Moçambique anunciou nesta terça-feira, dia 25 de fevereiro, que a retoma da rota Maputo-Lisboa foi adiada para o próximo dia 2 de junho, em vez de 31 de março, como a companhia tinha previsto. Na base do adiamento está o atraso na atribuição dos respectivos slots (faixas horárias para operação da aeronave) no Aeroporto Humberto Delgado, na capital portuguesa, que só foram despachados na semana passada.

 

A LAM tinha marcado para 31 de Março de 2020, o regresso de voos da companhia para Lisboa, oito anos depois de ter sido banida no espaço europeu, junto com outras companhias moçambicanas, por “graves deficiências detectadas na área da segurança” [nomeadamente no sistema de certificação das companhias nacionais e respectivas frotas], conforme alegou na altura o Comité de Segurança Aérea da União Europeia.

Nesta terça-feira, dia 25 de fevereiro, o diretor-geral da companhia aérea de bandeira moçambicana, João Carlos Pó Jorge, deu a conhecer, em conferência de imprensa, realizada em Maputo, que a empresa adiou a retoma dos voos Maputo-Lisboa e vice-versa, para o dia 2 de junho de 2020.

Para o adiamento, Pó Jorge indicou a consecução tardia (há quatro dias apenas), de permissão para aterragem no Aeroporto de Lisboa, devido ao muito tráfego que continua a demandar a capital portuguesa (LINK notícia relacionada). E, a faltarem 35 dias para a data inicialmente marcada, o diretor-geral da LAM deu a entender que o tempo não seria suficiente para montar com sucesso a respectiva operação comercial.

“Conseguimos o slot há cerca de quatro dias e, por isso, nós não vamos começar em março, mas sim em junho para darmos tempo de vender confortavelmente, com vista a ter os voos com a ocupação que nós desejamos”, explicou João Carlos Pó Jorge.

 

Voos serão realizados em aviões Airbus A330-200 da Hi Fly

No seu regresso à Europa, a LAM terá como parceiro a Hi Fly, uma companhia aérea privada portuguesa, que tem a sua base operacional no Aeroporto de Beja, como. Aliás, já tinha sido noticiado (LINK notícia relacionada). Nesta parceria, a Hi Fly deverá disponibilizar uma aeronave Airbus A330-200, com capacidade de 269 lugares, sendo 251 na Classe Económica e 18 na Classe Executiva. A respectiva tripulação técnica (piloto e co-piloto) será da responsabilidade da Hi Fly, enquanto a LAM será responsável, na totalidade, pelos seus serviços de bordo. No que toca a tripulação de cabina, o número de assistentes de serviço será dividido pelas duas companhias.

De acordo com a LAM serão realizados três voos semanais noturnos em cada percurso, sendo às segundas, quartas e sextas-feiras de Maputo para Lisboa e às terças e quintas-feiras e sábados de Lisboa para Maputo.

Nessas operações, Pó Jorge disse estarem assegurados bilhetes corridos Joanesburgo-Maputo-Lisboa, colocando à disposição dos muitos milhares de emigrantes portugueses (e não só) que vivem na República da África do Sul, nomeadamente originários da ilha da Madeira, um transporte mais rápido e conveniente para Portugal.

 

Há demanda que garante o sucesso da operação Maputo-Lisboa, considera a LAM

Embora a sustentabilidade da operação seja bastante questionada devido ao atual estado económico-financeiro da empresa, o gestor moçambicano reafirmou que a LAM entra no negócio segura do seu sucesso, por haver demanda suficiente neste segmento de mercado.

Num comunicado distribuído em Maputo, a LAM informa que “pretende oferecer um serviço personalizado que responde às necessidades de viagens de negócios, atividades académicas, de turismo e lazer que incluem a envolvente desportiva, o intercâmbio histórico-cultural, o reencontro entre famílias, amigos, colegas ou simplesmente uma visita a Moçambique ou Portugal”.

“A aposta é de contribuirmos para a realização de sonhos e concretização de objectivos que passam pelo melhor conhecimento de cada um dos destinos, valorizando o contacto com as realidades há muito desejadas, seja pelas memórias, bem como pela convivência”, acrescenta a companhia moçambicana que já foi uma referência nas ligações aéreas entre o maior país da costa do Índico, que fala português, e a Europa.

 

  • Texto: Evaristo Chilingue, especial para o ‘Newsavia’

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