O Grupo LATAM Airlines anunciou nesta terça-feira, dia 9 de agosto, os seus resultados financeiros consolidados para o segundo trimestre do ano, que refletem uma recuperação gradual da operação, atingindo uma capacidade consolidada (medida em ASK) de 72,6% em comparação com os níveis de 2019, o que por sua vez representa mais do dobro da capacidade do mesmo trimestre de 2021, com um crescimento de 135,2%.
“Esta recuperação da capacidade explica-se principalmente pela solidez dos mercados domésticos no Brasil, Colômbia e Equador, para além da recuperação das operações internacionais, e tem lugar num contexto marcado por um forte aumento dos preços dos combustíveis”, destaca o comunicado distribuído pelo maior grupo de companhias aéreas da América Latina.
Durante o período, as receitas operacionais totais do grupo atingiram 2,226 mil milhões de dólares, menos 6,1% do que em 2019, mas mostraram um aumento de 150,5% em comparação com o ano passado. Por sua vez, as despesas operacionais totais aumentaram 3,5% em comparação com o mesmo trimestre de 2019, impulsionadas por um aumento de 31,5% na linha de custo do combustível no trimestre, em comparação com o mesmo período de 2019.
No final do segundo trimestre, a LATAM comunicou perdas de 523,2 milhões de dólares.
Roberto Alvo, presidente executivo da LATAM Airlines, comentou: “Fechámos um segundo trimestre com progressos significativos no nosso processo de reorganização ao abrigo do Capítulo 11 e esperamos sair dele durante o último trimestre deste ano. Embora o grupo tenha feito progressos na sua recuperação operacional, continuamos cautelosamente optimistas quanto aos próximos meses, acompanhando de perto os preços dos combustíveis e as variáveis macroeconómicas, uma vez que a indústria ainda se encontra no meio de um ambiente muito dinâmico”.
Durante este período, o Grupo LATAM obteve a aprovação do seu Plano de Reorganização pelo Tribunal de Falências dos Estados Unidos e garantiu o seu financiamento de saída.
Na Assembleia Geral Extraordinária, a LATAM obteve a aprovação necessária dos seus acionistas para a nova estrutura de capital da empresa e a emissão dos instrumentos de financiamento apresentados no Plano, recebendo o apoio da grande maioria dos acionistas, correspondente a 99,8% das ações presentes ou representadas na Assembleia, o que corresponde a 77,5% do total das ações com direito a voto, permitindo à LATAM iniciar a fase final dos requisitos regulamentares no Chile para a eventual implementação do Plano.
A LATAM já iniciou o processo de registo dos instrumentos do Plano no Chile, que teve início com a apresentação do pedido de registo dos instrumentos perante a Comissão para o Mercado Financeiro (CMF) no dia 8 de julho.
A sustentabilidade é um dos grandes objetivos propostos pelo Grupo LATAM para os próximos anos
A fim de atingir a neutralidade de carbono até 2050, a LATAM anunciou em Abril que procurará atingir 5% de utilização de combustível sustentável até 2030, dando prioridade à produção na América do Sul. Além disso, o grupo anunciou em julho a sua intenção de explorar oportunidades de remoção de CO2 através do Sistema de Captura e Armazenamento Directo de Carbono no Ar (DACCS). Este anúncio foi feito em colaboração e em associação com outros atores da indústria, após assinar uma carta de intenções com a Airbus.
Em termos de economia circular, o programa ‘Recicle a sua Viagem’ foi implementado durante o trimestre na subsidiária do Peru e mais tarde na subsidiária da Colômbia, que consiste na segregação dos resíduos gerados a bordo e que já estava operacional nos voos domésticos das afiliadas no Chile e Equador.
Finalmente, a LATAM acrescentou novas alianças ao seu programa ‘Plano Solidário’, assinando acordos de cooperação com a ANIQUEM no Peru e com os Bombeiros do Chile. Atualmente, o grupo conta com mais de 20 alianças na América Latina.