O Grupo LATAM, maior grupo de companhias aéreas da América Latina, contratou a Oxford Economics, uma das maiores consultorias económicas do mundo, para conduzir uma análise de impacto económico para a implementação do primeiro hub (centro de conexões de voos) doméstico e internacional no Nordeste do Brasil. O levantamento faz parte das análises conduzidas pelo Grupo, que consideram três cidades: Fortaleza, Natal e Recife.
A análise traz uma visão consistente sobre a participação de cada cidade na iniciativa, com a compreensão do valor gerado para todo o Nordeste. Foi apresentada individualmente a comitivas políticas dos três Estados do Nordeste visados, que foram lideradas pelos respectivos governadores, e que reuniram com a presidente da companhia TAM Linhas Aéreas em São Paulo, na quinta-feira, dia 17 de Setembro.
“A avaliação do impacto económico para a implementação do hub no Nordeste demonstra que estamos no caminho certo em acreditar no potencial de desenvolvimento do Nordeste do Brasil. Os números apresentados são bastante promissores e reforçam nossa confiança no projeto. Continuamos com as nossas avaliações, mas já sabemos que, seja qual for a cidade escolhida, não teremos apenas uma localização geográfica privilegiada para esse tipo de iniciativa, mas também vamos contribuir com o desenvolvimento da economia de toda a região”, afirma Claudia Sender, presidente da TAM.
O estudo, intitulado “Estimulando um novo valor económico”, foi apresentado a autoridades do Governo Federal do Brasil, a autoridades das três cidades envolvidas, assim como aos governadores e aos parlamentares federais de seus respectivos Estados (Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte).
O relatório elaborado pelo Oxford Economics aponta que a instalação de um hub no Nordeste, em uma das três cidades em avaliação, trará benefícios económicos em diversos campos. A implementação do hub deve ter um efeito multiplicador para a economia, e o estudo revela que cada dólar investido pelo Grupo LATAM no hub irá gerar entre 5,2 e 5,8 dólares em novas atividades económicas, considerando a média dos cinco primeiros anos de operações. Essa previsão inclui a geração de valor tanto na cidade que for escolhida quanto nas outras que participaram do estudo.
De acordo com o levantamento da ‘Oxford Economics’, o hub poderá trazer um crescimento adicional de 374 milhões a 520 milhões de dólares norte-americanos por ano ao PIB das três cidades participantes, considerando a média dos cinco primeiros anos de operação, equivalendo a uma alta anual de entre 5 a 7 por cento. Isso representa entre 7,1 mil milhões (bilhões) de reais e 9,9 mil milhões (bilhões) de reais em um período de cinco anos (considerando a cotação de R$ 3,8/US$, para a data de 16 de setembro de 2015).
Número de novos empregos criados pode chegar aos 40 mil
No mesmo período, o potencial para geração de empregos está estimado entre 34 a 42 mil postos de trabalho em toda a região Nordeste. Apenas durante o período de construção, a estimativa é que sejam gerados de 3 a 5 mil empregos. Cabe ressaltar ainda que, independentemente da cidade a ser escolhida, os três Estados se beneficiarão. O estudo ressalta ainda a premissa de que a instalação do hub no Nordeste pode ampliar a competitividade económica da região. O incremento seria resultado da aceleração do desenvolvimento económico, de um maior acesso a mercados estrangeiros por meio de exportações e movimentações de mão-de-obra e também da atração de investimentos externos.
Com o novo hub o Grupo LATAM transportará mais passageiros
Durante a sua primeira fase de desenvolvimento, a implementação do centro de conexões no Nordeste irá movimentar, num período de dois anos, cerca de 1,1 milhões de passageiros em voos de longo curso e entre 1 e 1,2 milhões de passageiros dentro do Brasil e entre o país e nações vizinhas da América do Sul, por ano. Atualmente, o Grupo LATAM transporta 33,5 milhões de passageiros dentro do Brasil e outros 6 milhões de passageiros em voos internacionais de e para o país.
Os gastos dos novos visitantes na região Nordeste devem gerar entre 107 e 224 milhões de dólares norte-americanos de valor agregado por ano, em diversos setores ligados diretamente à cadeia de turismo, de lazer e de negócios — como hotelaria, restaurantes, comércio e aluguer de imóveis e veículos — e também em setores impactados indiretamente, como indústria e transporte. Isso significa que, em um período de cinco anos, o hub deve gerar algo entre R$ 2 bilhões e R$ 4,3 bilhões (considerando a cotação de R$ 3,8/US$, para a data de 16 de setembro de 2015).
Novos destinos no Nordeste e novas ligações diretas para a Europa
Com a implementação do hub no Nordeste, o Grupo LATAM deve atender novos destinos na América Latina e criar novas conexões diretas entre o Nordeste e grandes centros na Europa, além dos atuais destinos atendidos pelo Grupo no continente. Irá também incrementar o número de rotas domésticas e facilitar a chegada a regiões hoje menos acessíveis do Brasil e de países vizinhos.
Para chegar às conclusões apresentadas, a consultoria utilizou como base os dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre os quais aplicou uma metodologia própria de avaliação de modelos econômicos regionais. Somaram-se a isso as projeções elaboradas pelo Grupo LATAM para a operação do hub, as informações sobre o potencial turístico e de desenvolvimento económico de cada uma das três cidades fornecidas pelas autoridades locais, além de dados coletados em visitas técnicas.
Dan Levine, executivo da ‘Oxford Economics’ responsável pelo estudo, comenta que o levantamento “aponta a contribuição económica de estabelecer o novo hub no Nordeste em termos de geração de novos empregos, salários pagos e de contribuição para o PIB dos Estados envolvidos e de toda a região Nordeste”. Levine explica também que “a análise avalia o valor desses impactos durante a fase de construção, no primeiro ano de operações e nos cinco primeiros anos de atividades do hub, considerando dois estágios, a contribuição direta para a economia e o impacto mais amplo que será gerado na cadeia económica, chamado de efeito catalítico”.
O estudo de impacto económico apresentado pela Oxford é apenas um dos fatores que estão sendo avaliados pelo Grupo LATAM para a definição de onde será instalado o novo hub da Grupo. A decisão final da empresa será baseada na análise global de uma série de critérios técnicos, como a competitividade de custos, atrelada a uma infraestrutura adequada para o empreendimento e a experiência dos passageiros.