O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, afirmou que a construção de um aeroporto complementar no Montijo “é uma situação financeira comportável para o Estado” e que deverá estar a funcionar o mais tarde em 2021. As declarações foram feitas aos jornalistas na quarta-feira, dia 24 de maio, após a sessão de abertura do ‘Portugal Air Summit’, evento que debate o futuro da Aviação em Portugal, e que decorre no Aeródromo de Ponte de Sor, no Alto Alentejo, até ao sábado, dia 27 de maio.
O ministro considerou que “a ser implementada, como acreditamos, esta é também uma solução equilibrada do ponto de vista do desenvolvimento de toda a área metropolitana de Lisboa e das regiões adjacentes, incluindo o Alentejo”.
“A opção Montijo vai impulsionar a criação de emprego, estimando-se que possa gerar, a prazo, 20 mil postos de trabalho diretos e indiretos”, sublinhou Pedro Marques, que acentuou a grande importância que o projeto terá para o desenvolvimento da margem sul do Rio Tejo.
O Aeroporto Complementar do Montijo, anunciado em fevereiro deste ano, quando concluído, funcionará em paralelo com o Aeroporto Humberto Delgado, na cidade de Lisboa. Com as duas plataformas em funcionamento a capital portuguesa poderá receber até 72 movimentos por hora e atingir uma capacidade anual de movimentação de 50 milhões de passageiros.
Presentemente decorrem os trabalhos de projeto que numa primeira fase visam a separação das atividades militares da atual Base Aérea do Montijo, onde estão baseadas esquadras de transporte aéreo e logística da Força Aérea Portuguesa, tendo em vista a sua coexistência num mesmo espaço com operações de caráter civil que, prevê-se, sejam reservadas às companhias comerciais de baixo custo, hoje confinadas ao Terminal 2 do Aeroporto Internacional Humberto Delgado. As soluções, que estão a ser trabalhadas pela ANA/Vinci Airports, concessionária dos principais aeroportos portugueses, devem ser apresentadas até final do ano.
Aeroporto de Beja seria uma alternativa insuficiente
“O aeroporto de Beja é uma alternativa insuficiente, não é uma boa solução para aeroporto complementar porque está demasiado distante de Lisboa», afirmou ainda Pedro Marques, que justificou: “O tempo de transporte dos passageiros transportados, depois aos principais polos, é excessivo face a outros aeroportos complementares que existem no espaço europeu».
«Os estudos internacionais indicam de forma clara que aeroportos que têm distâncias de transportes ao centro da região metropolitana superiores a 30 minutos não são competitivos para aeroportos complementares», lembrou também o ministro.
Pedro Marques congratulou-se com o cluster aeronáutico no Alentejo, referindo que “o Governo espera, no próximo ano, depois de terminados os estudos ambientais e de segurança, avançar com a construção da obra para o aeroporto do Montijo”. O prazo previsto para esta infraestrutura estar a funcionar é até 2021 ou 2022, confirmou o governante.
Na sua visita a Ponte de Sor, onde representou o Governo Português na abertura oficial do ‘Portugal Air Summit’, Pedro Marques realçou o investimento feito em Portugal no setor da aeronáutica nos últimos 10 anos, que “transformou o País num player importante a nível mundial”.
- Foto © Newsavia/Ana Vanessa Gil