O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) defendeu nesta terça-feira, dia 21 de março, que o lucro de 65,6 milhões de euros obtido pela TAP em 2022 justifica, “mais do que nunca”, o “fim dos cortes” salariais em vigor na companhia.
“Com 66 milhões de euros de resultados, mais do que nunca defendemos o fim destes cortes”, afirmou Pedro Figueiredo em declarações à agência noticiosa portuguesa ‘Lusa’.
Salientando que “estes resultados históricos – segundo a administração – são o resultado [do esforço] dos trabalhadores, daqueles que efetivamente o fazem por amor à camisola”, o dirigente sindical recordou estarem em vigor “cortes muito agressivos até 2025”, que defende que “sejam efetivamente abolidos ou negociados o mais breve possível, porque os trabalhadores merecem”.
“Este sindicato está a trabalhar no sentido de que, a qualquer momento, esses cortes terminem. Vamos ver com os outros sindicatos – que, com certeza, estarão de acordo – que estes cortes tenham um fim o mais rapidamente possível. É isso que defendemos e é isso que queremos”, sustentou.
Com os resultados anunciados pela TAP (LINK notícia relacionada), que obteve lucros antes do previsto no plano de reestruturação, o SINTAC considera também que a privatização da companhia “fica um pouco mais facilitada, embora a paz social não esteja ainda completamente” assegurada.
Pedro Figueiredo salientou, contudo, que “os trabalhadores, nomeadamente por via do sindicato, são contra a privatização da TAP”, opondo-se a que “o Estado fique sem o capital suficiente para poder dirigir” a empresa.
Isto mesmo tendo ficado “um pouco mais descansados” com a garantia dada na semana passada aos sindicatos de que “um dos pressupostos para a privatização da TAP é a manutenção do hub [plataforma giratória de distribuição de voos] em Lisboa”: “A manutenção do hub é muito importante para o país e para a TAP, mas também para os seus trabalhadores”, enfatizou.