O presidente da Comissão Executiva (CEO) da TAP, Luís Rodrigues, afirmou nesta terça-feira, dia 12 de dezembro, que o Plano de Reestruturação da companhia aérea, de acordo com as diretrizes ajustadas entre o Governo Português e a Comissão Europeia, está a decorrer bem.
Por isso, frisou Luís Rodrigues, deverão manter-se as restrições de crescimento de frota e de novas rotas até 2025, conforme estipulado, se bem que a companhia aérea portuguesa tenha mostrado um crescimento de procura que justifique o reforço de lugares nalgumas rotas.
O CEO da companhia aérea portuguesa falava no tradicional almoço de Natal, em que a Comissão Executiva se reúne com os jornalistas nacionais que, normalmente, acompanham ao longo do ano a atividade da TAP, e que decorreu em Lisboa, nas instalações da Cateringpor – Catering de Portugal, empresa subsidiária que fornece refeições para bordo dos aviões. O tema principal da sua intervenção, ao responder informalmente aos convidados, foi “retirar a TAP das notícias”, por razões que adiante explicou.
Luís Rodrigues relevou a atividade da TAP nos últimos meses, nomeadamente no que se refere aos resultados obtidos, que, disse, são fruto da paz social que hoje se vive na companhia e que resultam do diálogo com as várias estruturas sindicais. Desmentiu notícias que deram conta de alguns problemas no fecho das negociações com sindicatos, e esclareceu que tudo foram mal-entendidos, estando as situações resolvidas. Neste mês de dezembro todos os salários serão pagos, sem cortes, de acordo com os acordos de empresa renegociados.
Quanto ao futuro disse que a empresa deverá ter um bom ano em 2024, com subidas de receitas que deverão atingir entre três a quatro por cento, cumprindo uma situação de estabilidade, de acordo com uma maior procura e melhores preços de venda do produto.
Para Luís Rodrigues, um CEO que se caracteriza por poucas palavras e que recusa comentar situações que apenas dizem respeito ao acionista Estado ou acerca dos aeroportos – como o caso muito atual da solução aeroportuária para a região de Lisboa –, a privatização é a solução de futuro para a TAP. Não comenta sobre os eventuais interessados, mas adiantou que as empresas grandes de que se tem falado continuam à espera que haja um novo governo em Portugal, e, sobretudo, das regras impostas para essa privatização, que, em sua opinião, só deverá acontecer depois de 2024.
Embora a atual Administração da TAP pretenda que a companhia saia das notícias, que normalmente fluíram nos meios nacionais e internacionais nos últimos anos por más razões ou por disputas político-partidárias, Luís Rodrigues lembrou que Portugal tem pela frente duas campanhas eleitorais, em 2024, pelo que o tema, pela sua importância, voltará à opinião pública. Passámos um ano em que a companhia foi um “saco de pancada, numa CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] que se tornou num evento mediático”, lembrou.
A duas semanas do final do exercício de 2023, o CEO da TAP afirma que as perspetivas são animadoras e que há paz social na empresa, o que permite um trabalho em equipa com mais valor e dedicação. O mesmo se passa com a atual Comissão Executiva, a que preside. O mandato, que termina no final de 2024, será cumprido tendo por objetivo colocar a TAP entre as melhores empresas do sector.