Mecânicas aeronáuticas conquistam espaço na Helibras

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Num ambiente prioritariamente masculino, uma mulher se destaca no hangar de manutenção da empresa brasileira Helibras, única fabricante de helicópteros na América Latina. Desde 2009, Tamires Cristina Ramos Francisco, paulista de 24 anos, deixou a mecânica de automóveis para lidar com asas rotativas e tornar-se a primeira mulher mecânica aeronáutica a trabalhar no hangar de manutenção da empresa, em Itajubá (Minas Gerais).

Natural de Taubaté (São Paulo), o primeiro contacto da jovem foi com a mecânica automobilística, numa escola de formação profissional da sua cidade. Depois, iniciou o curso técnico em aeronáutica especializado em motores e célula pela Escola Municipal de Ciências Aeronáuticas (EMCA). Foi a partir da experiência de trabalho na Aviação do Exército (AvEx), em 2009, que Tamires adquiriu experiência para ingressar na Helibras. “Em 2012, mudei-me para Itajubá para trabalhar na empresa e transferi o curso técnico para a graduação de Engenharia Mecânica numa faculdade local. Era a oportunidade de investir em minha carreira e crescer profissionalmente”, ela conta.

Na empresa, desde o ingresso de Tamires até hoje é crescente a procura feminina por profissões predominantemente masculinas na área da aeronáutica. “Percebemos especialmente um aumento no interesse pelos cursos de especialização, por parte de pilotos e mecânicas já formadas ou jovens que querem fazer carreira nesse mercado de trabalho. Temos uma turma do curso Mecânico de Manutenção Aeronáutica na qual há duas alunas em formação”, diz Cintia Trentini, gerente do Centro de Treinamento da Helibras.

Nos demais cursos oferecidos ao longo deste ano pelo Centro de Treinamento, apesar do volume pequeno, 23 mulheres já se formaram entre um total de 840 alunos. Esse caminho foi aberto em 1994, ano em que a Helibras formou a primeira mecânica, após 16 anos de instalação da fábrica no Brasil. A possibilidade de actuar no sector e consolidar uma carreira bastante promissora é uma das motivações das candidatas.

A equipe de mecânicos de manutenção da Helibras conta apenas com a presença feminina de Tamires. Mas as mulheres já ocupam outros departamentos fabris, como a linha de produção e a cablagem, área responsável pela montagem dos sistemas de transmissão das aeronaves.

O cargo de mecânico de manutenção aeronáutica exige dedicação e cuidado extremos. Esse profissional terá como responsabilidade a segurança operacional dos helicópteros da marca e quaisquer erros durante a atividade podem acarretar graves acidentes. Na Helibras, além de trabalhar nas reparações e revisões periódicas de aeronaves no hangar da empresa, o técnico pode prestar seus serviços na base do cliente, para mais de um modelo de aeronave.

Tamires sabe que ser pioneira na área é uma responsabilidade e tanto: “Sinto que, se eu falhar, será como se estivesse fechando as portas para as próximas garotas que quiserem trabalhar com isso”, ela diz. Mas, em meio à pressão de ser a primeira, a funcionária já se habituou ao ambiente e ao trabalho exercido. “Não é fácil, mas também não é impossível. É tudo uma questão de se adaptar e, claro, amar o que faz”, garante Tamires.

  • Notícia baseada em texto disponibilizado pelo Gabinete de Imprensa da Helibras
  • Foto: Helibras/Renato Olivas

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