Um médico de Nova Iorque tornou-se recentemente num herói dos céus quando criou um artifício à “MacGyver” para ajudar uma criança asmática com dificuldade para respirar durante um voo transatlântico da Air Canada, entre Espanha e os Estados Unidos, no passado dia 18 de Setembro. O Dr. Khurshid Guru, director de cirurgia robotizada no Roswell Park Cancer Institute, disse à cadeia de televisão ABC News que viajava a bordo do referido avião quando foi informado que havia uma criança de dois anos a chorar com problemas respiratórios e que os seus pais tinham deixado, acidentalmente, os medicamentos na bagagem de porão. “A criança apanhou uma constipação. Estávamos com três ou quatro horas de voo e penso que, com a constipação e a pressão nos ouvidos, ficou pior”, frisou o médico. Após colocar uma máscara de oxigénio na criança, Khurshid Guru ficou preocupado ao verificar que o nível de oxigénio estava a cair para um nível perigosamente baixo – cerca de 87 ou 88%. O médico, que habitualmente não trata de pacientes em pediatria, sabia que tinha de fazer algo rapidamente.
O Dr. Khurshid Guru sabia que a criança precisava de oxigénio, mas também de medicação para a asma, mas o avião apenas tinha um inalador para adulto a bordo. O médico também estava consciente de que a criança era muito pequena para saber usar um inalador de adulto, que requer que o paciente respire e retenha a medicação. Por isso, Guru, que trabalha normalmente com robôs high-tech para tratar doentes, desenrascou um nebulizador a partir de um copo de plástico e de uma garrafa de água cortada, na qual adicionou oxigénio por um lado e o inalador através de um pequeno buraco. Desta forma o oxigénio e a medicação podiam ser administrados directamente à criança através da garrafa. “Após meia hora e dois tratamentos, estava muito melhor. Após este tratamento inusual, o nível de oxigénio da criança subiu para 94 ou 95%”, contou o médico. “Quando aterrámos, fui ver a criança e já estava a brincar com a mãe”, acrescentou.
“Disse ao pai da criança que a coisa mais importante era nunca deixar para trás estes medicamentos”, disse ainda à ABC News. “Habitualmente, não falamos sobre assuntos relacionados com passageiros, por questões de privacidade. No entanto, agradecemos imenso os esforços do médico e a sua iniciativa para dar assistência a um dos nossos passageiros”, disse um porta-voz da companhia aérea. Khurshig Guru já se habituou a ser chamado em pleno ar. Em cada um dos seus três últimos voos transatlânticos, foi chamado para ajudar um passageiro doente a bordo.