Militares garantem que o Boeing 777-200 da Malaysia inverteu a marcha e iludiu os controlos civis

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Quatro dias depois do desaparecimento do B777-200 da Malaysia Airlines com 239 ocupantes, entre Kuala Lumpur e Pequim, uma nova teoria começa a formar-se, agora com origem em fontes militares, que dizem que o avião voou com instrumentos de localização desligados pelo menos cerca de 500 quilómetros.

Trata-se de uma situação incrível, pois não se entende o facto dos militares terem tal certeza desde o dia da ocorrência e não terem informado a companhia, o governo ou os investigadores. Quatro dias depois surge uma pista nova e oriunda das Forças Armadas que, em qualquer país, é uma organização com reputação e credível.

A agência internacional de notícias Reuters cita fontes militares não identificadas, segundo as quais o avião mudou de rumo depois do último contacto com o controlo de tráfego aéreo e baixou a altitude.

Esta informação corrobora uma notícia avançada pelo jornal malaio “Berita Harian”, segundo a qual um radar militar detectou o B777 às 2h40 (hora local) próximo da ilha de Pulau Prak, na extremidade Norte do Estreito de Malaca.

A Reuters explica que com os ‘transponders’ desligados o avião se tornou ‘invisível’ para a rede de radares civis, mas não para a dos militares, e acrescenta que, porém, nem estes têm qualquer indicação sobre o que aconteceu ao aparelho depois de Pulau Prak.

Já ontem o “Christian Science Monitor” destacava que as autoridades envolvidas na busca do avião que desapareceu com 239 pessoas a bordo tinham alargado a área de buscas para Oeste da Península da Malásia, quando antes incidiam a Este, onde alegadamente se encontrava o avião quando fez o último contacto com o controle de tráfego aéreo.

Todas as notícias destacam o facto de não ter havido uma mensagem de alarme por parte da tripulação do voo MH370 Kuala Lumpur – Pequim, como tinha acontecido com o voo AF447 Rio de Janeiro – Paris, que se despenhou no mar a 1 de Junho de 2009, mas como assinala o “Christian Science Monitor”, neste caso a companhia foi sempre recebendo informação electrónica do avião via ‘Aircraft Communication Addressing and Reporting System’ (ACARS).

A notícia do “Christian Science Monitor” assinala de seguida que não é claro que o B777 estivesse equipado com o ACARS e salienta que repetidamente a revista “Flightglobal” questionou a Malaysia Airlines a esse respeito, mas não obteve resposta porque a companhia invocou estarem em curso investigações pela autoridade nacional da Aviação Civil.

“Se as autoridades tivessem informação do ACARS a dizer-lhes o que correu mal com o voo da Malaysia Airways isso poderia dar-lhes uma melhor ideia de onde procurarem”, acrescenta a notícia onde se destaca que mais do que alargar as áreas de buscas em que têm estado envolvidos dezenas de aviões e de navios, o que as autoridades fizeram foi criar uma nova área.

A informação de que o avião teria mudado a rota após o último contacto com o controle de tráfego aéreo já tinha sido avançada anteriormente, mas nunca foi realçada, com o argumento de que era apenas mais uma das linhas de investigação que estavam a ser seguidas.

O que é facto é que apesar do denso escrutínio da área de buscas inicialmente definida não foi detectado qualquer vestígio do avião, nem a ‘pista’ dos dois passageiros com passaportes roubados está a conduzir à hipótese de atentado terrorista, pelo menos de acordo com as informações mais recentes da Interpol, que já identificou os dois passageiros nessa situação e considera estar perante tentativas de emigração ilegal para a Europa por parte de dois iranianos.

Espera-se que logo na manhã de hoje as autoridades malaias decidam outro rumo para as buscas, aproveitando o cada vez maior número de embarcações e aviões que foram disponibilizados por 10 países.

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