A imprensa de Angola e de Cabo Verde dá grande relevo nos seus noticiários de ontem e de hoje a um eventual ‘casamento’ entre as companhias aéreas estatais dos dois países, o que a acontecer será uma extraordinária oportunidade para a TACV – Transportes Aéreos de Cabo Verde sair da situação económica dificílima em que se encontra e que tem sido confirmada por diversas entidades, incluindo o próprio Presidente da República de Cabo Verde que, recentemente, anunciou que o saneamento financeiro da transportadora aérea era uma das prioridades da actual governação cabo-verdiana.
De entre as notícias publicadas na imprensa daqueles dois países de língua oficial portuguesa, escolhemos uma peça do jornal angolano ‘Novo Jornal’ (www.novojornal.co.ao) que resume o estado das negociações actualmente em curso entre os dois países:
«A companhia aérea de bandeira de Cabo Verde (TACV) pretende associar-se à Transportadora Aérea de Angola (TAAG) para juntos operarem na África Ocidental, onde o mercado da aviação ainda apresenta algumas debilidades.
A informação foi avançada esta segunda-feira à imprensa angolana pela ministra das Finanças e Planeamento de Cabo Verde, Cristina Duarte, salientando que o Governo do seu país tem estado a abordar esta questão com o Executivo angolano há cinco anos.
“De facto, desde 2009 nós temos vindo a ter conversas, e não propriamente negociações, com o Governo angolano, no sentido de as nossas companhias de bandeira associarem-se e, quiçá, ocuparem parte do mercado da África Ocidental” – informou.
Na óptica da governante, a TACV e a TAAG têm algumas complementaridades e se se juntarem ganharão muito, tendo em conta que o mercado da aviação da África Ocidental continua a espera de uma grande associação para uma melhor prestação de serviço.
De acordo com a ministra das Finanças e Planeamento de Cabo Verde, a TACV é uma empresa com algumas certificações internacionais.
Por outro lado, prosseguiu, a TAAG é uma empresa com musculação financeira e com uma frota impressionante.
Cristina Duarte explicou que a concretização deste desejo andou condicionada pela falta de infra-estruturas, mormente aeroportos internacionais, uma situação já ultrapassada por Cabo Verde.
“Uma empresa aeronáutica com vocação ou condição regional deve ter infra-estruturas, e as infra-estruturas já existem em Cabo Verde, nomeadamente os aeroportos internacionais”, assegurou.
Acrescentou que o lançamento do Centro Internacional de Negócios de Cabo Verde vai permitir que empresas angolanas se instalem em Cabo Verde e façam negócios com congéneres da África Ocidental, no regime de elevada competitividade fiscal.»