O ministro português das Infraestruturas defendeu nesta terça-feira, dia 24 de maio, que a TAP não é um tema polémico e defendeu uma aposta na aviação, semelhante à que foi realizada na ferrovia, com a participação dos setores público, privado e da academia.
O que aconteceu na ferrovia “pode acontecer na aviação. Temos um cluster que se tem mostrado muito dinâmico, com um conjunto de investimentos, o que são os ingredientes suficientes para que Portugal possa ter um setor em crescimento”, afirmou Pedro Nuno Santos nos ‘AED Days 2022’, evento organizado pelo município de Oeiras e pela AED Cluster Portugal, que envolve mais de 100 entidades dos setores da aeronáutica, espaço e defesa.
Para isso, conforme sublinhou o governante, é preciso que o “público e o privado não se olhem como adversários, mas [como] cooperantes”, também com a ajuda da academia.
No que se refere à TAP, o ministro esclareceu que “não é um tema polémico”, notando que a intervenção feita na companhia foi justificada pela sua importância para o País. “A principal razão para a nossa intervenção não foi só assegurar a conectividade do país com o mundo. O que a TAP significa é muito mais do que a conectividade”, precisou.
O governante recordou a crise de 2008, apontando que Portugal tinha, na altura, uma dívida pública de 60%, enquanto a de Espanha rondava os 30% e ainda apresentava um excedente orçamental.
Assim, a semelhança entre Portugal, Espanha e Grécia, países com uma “explosão das taxas de juro” nas dívidas soberanas, é que estas economias estavam endividadas face ao exterior.
Por outro lado, referiu que um equilíbrio na balança de pagamentos pode significar que o país está em estagnação económica.
Neste sentido, vincou que a TAP é um dos maiores exportadores nacionais, o que constitui uma riqueza “da qual o país não podia prescindir”. A isto somam-se ainda 1.300 milhões de euros anuais em compras da transportadora aérea a 1.000 empresas nacionais. “Foi uma decisão que gerou polémica e foi alvo de grande debate, mas para nós é clara”, reiterou.
No que se refere ao novo aeroporto de Lisboa, Pedro Nuno Santos disse não existir “uma nova localização sem espinhas”.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação declarou assim ser importante que, independentemente da mudança do Governo e dos governantes, seja gerado um consenso em torno desta temática, para que não se verifique um recuo.