A NAV – Navegação Aérea de Portugal iniciou nesta semana a montagem dos equipamentos que irão ser utilizados para medições de ventos no Aeroporto da Madeira, tendo em vista uma eventual alteração dos limites de ventos para a operação de aeronaves na infraestrutura aeroportuária da ilha.
Nestes equipamentos a NAV Portugal investiu cerca de três milhões de euros e trata-se da satisfação de uma velha reivindicação dos responsáveis políticos da Região Autónoma da Madeira e de outros sectores ligados à aviação comercial, que discordam dos limites atualmente impostos.
O que se pretende, de acordo com os dados que serão obtidos nos próximos meses e da sua análise pelos técnicos habilitados para tal, é que a operação no Aeroporto da Madeira seja liberta (ou não) dos constrangimentos com que se deparam quando os ventos sopram com velocidades superiores aos que estão atualmente determinados como ideais para as aterragens e que são mandatórios, obrigando os comandantes a respeitarem o que está determinado, uma situação que ocorre em muito poucos aeroportos mundiais. O que está em causa, em resumo, é confirmar se, presentemente, com os avanços tecnológicos verificados nas últimas décadas, há razões para alterações, mantendo os mesmos níveis de segurança operacional.
O presidente executivo (CEO) da NAV Portugal, Pedro Ângelo, confirmou ao ‘Newsavia’, à margem do ‘Portugal Air Summit’, que decorre em Ponte de Sor, que os equipamentos (LIDAR e Radar de Banda X) deverão estar montados na primeira semana de dezembro. Por esses dias terá lugar na Madeira uma cerimónia, com a presença das autoridades regionais, que assinalará a entrada em funcionamento dos equipamentos previstos pelo Grupo de Trabalho para o Estudo dos Problemas da Operação Aérea no Arquipélago da Madeira, no qual a NAV Portugal contou com a cooperação do IPAM – Instituto Português do Mar e da Atmosfera.
O relatório do grupo de trabalho, que serviu de base à adjudicação destes equipamentos, foi publicado em 14 de julho de 2021. O grupo procurou “identificar os principais constrangimentos da operação aeroportuária no arquipélago da Madeira, relacionados com os ventos e a implicação que têm na operação aeroportuária”, bem como “identificar possíveis soluções, técnica e economicamente viáveis”.