A Iberia e o Grupo IAG (International Airlines Group), fecharam na noite desta terça-feira, dia 19 de janeiro, as negociações para aquisição da Air Europa, companhia aérea espanhola do Grupo Globalia, por 500 milhões de euros a pagar em cinco anos, noticiou a imprensa espanhola.
O jornal ‘El Confidencial’ adiantou que o contrato de compra e venda foi assinado pelas partes, e a quantia fixada para a transação a favor da família Hidalgo, que controla o Grupo Globalia, é metade dos mil milhões de euros, com que se iniciaram as negociações em novembro de 2019.
A quebra no preço deriva da perda de valor do indústria da aviação comercial, atravessada pela pandemia de covid-19, que reduziu em cerca de 70% o movimento de passageiros nos aeroportos europeus e em percentagens muito semelhantes em todo o mundo.
Aliás, os efeitos da pandemia já se tinham feito sentir na tesouraria da Air Europa durante 2020. A companhia teve de recorrer a um empréstimo de 475 milhões de euros, autorizado pelo Governo espanhol. Em novembro passado a Air Europa foi resgatada pela Sociedade Estatal de Participações Industriais (SEPI), entidade pública que avalizou o empréstimo.
O que agora ficou acordado, segundo o ‘El Confidencial’, é que será a Iberia a liquidar o empréstimo de 457 milhões que vence no prazo de cinco anos, após o que entregará a quantia de 500 milhões à família Hidalgo. Se é verdade que os vendedores recebem metade da quantia que tinham indicado há 15 meses para iniciar negociações, o certo é que a Iberia acabará por despender uma verba muito semelhante (ou superior) já que no total irá pagar 957 milhões de euros, mais eventuais despesas. O acordo prevê que a quantia de 500 milhões a pagar aos Hidalgo, em 2026, será acrescida de juros devidos pela retenção da verba até essa data.
Com esta concentração de empresas aéreas, a Iberia e o Grupo IAG, dono da companhia de bandeira espanhola, dominarão o movimento do Aeroporto Adolfo Suárez/Barajas, em Madrid.
Ainda segundo o acordo, a Air Europa manterá a sua identidade, tornando-se na sexta companhia aérea do Grupo IAG, que é já dono da British Airways, Aer Lingus, Vueling e Level, estas duas últimas também de bandeira espanhola. Note-se que a Iberia tem ainda uma subsidiária de baixo custo, a Iberia Express, que integra o IAG.
O casamento da Iberia com a Air Europa, tornar-se-á mais interessante na retoma das viagens de lazer e de férias, na pós-pandemia, dadas as ligações da companhia do Grupo Globalia à operação turística. Outra grande vantagem desta associação é o mercado de passageiros em voos de longo curso para a América Latina, onde as operações das duas companhias, uma vez juntas, representam a maioria dos voos e da capacidade de transporte, de e para a Europa, tendo em conta a programação normal pré-covid.