A companhia Niki, que antes era uma subsidiaria da extinta Air Berlin, encerrou nesta quinta-feira, dia 14 de dezembro, a sua atividade, devido a dificuldades financeiras. Nada que não se esperasse, mas desde que a Air Berlin caiu, no Verão deste ano, e face ao interesse da Lufthansa em adquirir os slots da Niki nos aeroportos alemães, suíços e austríacos, admitiu-se que a companhia fundada em 2003 por Niki Lauda, ex-campeão mundial de Fórmula 1, iria sobreviver por mais algum tempo até integrar-se no grupo Lufthansa
Assim, não entendeu a Comissão Europeia em Bruxelas que, através da Autoridade de Concorrência Europeia, avisou os alemães de que teriam de escolher entre a Niki e a companhia regional Luftfahrtgesellschaft Walter (LGW), que integra o legado da Air Berlin.
A Lufthansa acabou por fazer mais esta concessão no processo de aquisição de diversas partes do Grupo Air Berlin a que se candidatou. Na chamada avaliação da Fase 1, a Lufthansa já tinha oferecido alguns compromissos, em particular ao desistir dos slots da Air Berlin.
No entanto, a Comissão considerou que os compromissos da Lufthansa eram insuficientes e indicou claramente que uma aquisição da Niki e a sua integração no Grupo Eurowings não seriam aprovadas. Com base nessa avaliação, o grupo Lufthansa desistiu de comprar a companhia aérea Niki e consequente integração na Eurowings.
Na quarta-feira, dia 13 de dezembro a Lufthansa comunicou ao administrador da massa falida da Air Berlin que pretende fechar o negócio excluindo a aquisição da Niki, companhia que nesta quinta-feira distribuiu um comunicado em que anuncia a suspensão de todas as operações comerciais.
A Niki foi fundada em 2003 por Niki Lauda, depois deste ter vendido a Lauda Air à Austrian Airlines, hoje integrada no Grupo Lufthansa. Criada com um conceito de low cost, a companhia inciiou um ano depois da suas abertura um processo de parceria com a Air Berlin, com foco no transporte de turistas e de fretamento por operadores turísticos para destinos de férias.
A Niki encerra com um quadro de cerca de 1.000 funcionários e com cerca de 40.000 pessoas a gozar férias fora da Alemanha, Suíça e Áustria, países de onde transportava passageiros. Os que estão a viajar com agências de viagens têm o seus regresso garantido, já que poderão acionar as garantias que lhes são devidas por viajar com um operador turístico registado e certificado. Os outros terão de pagar novamente para regressar aos seus países. Algumas companhias aéreas estão a anunciar preços mais económicos dedicados aos passageiros que deveriam regressar nos voos da Niki.
Em Portugal, os aeroportos e hotéis nacionais, serão afetados pela quebra da Niki, até que as agências de viagens encontrem solução para substituir a companhia falido nos seus programas de transporte aéreo.
No Aeroporto Internacional de Faro/Algarve, vários voos da Alemanha e da Suíça foram cancelados, enquanto no Aeroporto Internacional da Madeira – Cristiano Ronaldo, serão suspensos nove voos semanais, procedentes de Colónia, Dusseldorf, Hamburgo, Leipzig, Munique, Nuremberga e Berlim, na Alemanha; Zurique, na Suíça; e Viena de Áustria. A Air Berlin na Madeira registou no último ano de atividade uma média de sete voos por semana.
Em Espanha a quebra da Niki significa o cancelamento de 158 voos semanais para aeroportos das Baleares e das Canárias, anunciou nesta quinta-feira, a AENA, empresa pública concessionária da exploração dos aeroportos espanhóis.