Nova liderança da Boeing anuncia que vai despedir 10% dos trabalhadores

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O novo diretor executivo da construtora aeronáutica norte-americana, Kelly Ortberg, comunicou aos funcionários, nesta sexta-feira, dia 11 de outubro, que a redução de postos de trabalho vai incluir executivos, gestores e funcionários.

A Boeing planeia despedir cerca de 10% dos trabalhadores nos próximos meses, ou seja, cerca de 17 mil pessoas, à medida que continua a perder dinheiro e tenta lidar com problemas laborais e de produção.

“A nossa empresa encontra-se numa situação difícil (…) que exige decisões difíceis e teremos de efetuar mudanças estruturais para garantir a competitividade e a satisfação dos nossos clientes a longo prazo”, disse Ortberg aos funcionários.

A empresa vai ainda adiar para 2026 o lançamento de um novo avião, o 777X, inicialmente anunciado para o próximo ano. Também vai deixar de construir a versão de carga do aparelho 767 em 2027, depois de terminar as encomendas atuais, que são cerca de três dezenas.

Por outro lado, a produção da empresa está a ser afetada por uma greve de trabalhadores, iniciada em 13 de setembro, depois de terem rejeitado uma proposta de contrato que incluía aumentos salariais de 25% em quatro anos.

A paralisação abrange cerca de 33 mil trabalhadores da montagem de aviões, a maioria dos quais na zona de Seattle, no Estado de Washington, na costa oeste dos Estados Unidos, levando à suspensão da produção dos aviões mais vendidos da empresa.

A greve não deve causar cancelamentos de voos, nem afetar diretamente os passageiros das companhias aéreas, mas será mais um golpe para a reputação e as finanças da Boeing, num ano marcado por problemas nas operações aéreas, de defesa e espaciais.

A Administração Federal da Aviação (FAA) dos Estados Unidos aumentou o escrutínio da empresa depois de um painel de um Boeing 737 MAX da companhia norte-americana Alaska Airlines ter explodido em pleno voo, em janeiro deste ano.

Em agosto passado, a NASA decidiu que uma nave espacial que foi fabricada pela Boeing não era suficientemente segura para transportar dois astronautas da Estação Espacial Internacional para a Terra, que ainda se mantêm no espaço.

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