Há uma outra versão a correr acerca do incidente com um avião Bombardier Q400 das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) a que nos reportámos em notícia anterior (link) citando como fonte o jornal online moçambicano ‘A Verdade’.
A nova notícia foi distribuída ontem à noite pela agência de notícias portuguesa LUSA que dá como confirmado o acontecimento, através de “diferentes fontes do meio aeronáutico”. O incidente é agora descrito como um embate de cauda na pista durante a aterragem do avião que fazia o voo TM311, que tinha descolado do Aeroporto da Beira às 08h00 e que aterrou no Aeroporto Oliver Tambo, em Joanesburgo, pelas 10h00 da passada segunda-feira, dia 7 de Abril.
E prossegue a notícia que a LUSA distribuiu ontem:
“Por enquanto, não são conhecidos detalhes oficiais sobre o número de passageiros que seguiam a bordo da aeronave, assim como as causas do embate. O acidente, descrito como «ligeiro», não terá provocado vítimas.
O comandante do voo, «um instrutor de origem turca, mas de nacionalidade canadiana», terá estado envolvido, no dia anterior ao embate, num «incidente semelhante» com o mesmo avião, no Aeroporto Internacional da Beira, no centro de Moçambique, de onde o avião era proveniente.
A agência Lusa procurou obter uma reação junto das LAM, mas a companhia de bandeira moçambicana remeteu para mais tarde uma explicação sobre o caso.
Portanto, há aqui duas emendas fundamentais na notícia que ontem publicámos. Primeiro, o voo era Beira-Joanesburgo e não Maputo-Joanesburgo. Segundo, o provável incidente a que se refere a agência Lusa, configura uma situação de ‘tail strike’, diferente do que referimos na notícia anterior.
Nota do Editor:
O que é lamentável no meio deste processo é que as autoridades aeronáuticas moçambicanas e a própria companhia não se tenham prestado a esclarecer a situação. Sabemos o momento de grande sensibilidade porque passa a LAM, afectada recentemente por um acidente trágico que, pelos indícios que se conhecem, não coloca em causa o perfil e o histórico de segurança da companhia. A prática ensina-nos que não devemos esconder incidentes, nem tão pouco minimizá-los. Antes resolvê-los e daí retirar todas as ilações que, de uma forma geral, sempre ajudam a comunidade aeronáutica a não cair em novo erro, revendo processos de trabalho ou equipamentos, cuja eventual contribuição deficiente tenha contribuído para que o voo não tenha decorrido nas melhores condições de segurança. Também na LAM, infelizmente, os seus responsáveis não actuaram da melhor maneira. Preferem esconder os factos e sujeitar-se à estridente especulação que só afecta a imagem da companhia estatal moçambicana, cujo perfil de segurança, repetimos, é dos melhores do continente africano.
- Foto: Peter Tonna/Airliners.net