O Grupo Lufthansa, um dos maiores conglomerados de aviação do mundo, continua a consolidar a sua posição de liderança Europeia e avanço na posição global, por meio da aquisição da ITA Airways e do interesse em investir na TAP Air Portugal.
O Grupo Lufthansa é hoje o maior grupo aéreo europeu em termos de passageiros transportados, frota e receita, destacando-se em hubs como Frankfurt, Munique, Zurique, Viena e Bruxelas, operando com as companhias aéreas Lufthansa, SWISS, Austrian Airlines e Brussels Airlines. No panorama global, está entre os cinco maiores grupos, competindo com gigantes como American Airlines, Delta Air Lines, United Airlines e Air France-KLM.
A aquisição da ITA e a potencial compra de participação na TAP poderia cimentar a sua posição através:
- Fortalecimento na Europa: A ITA, com o seu hub em Roma, permite à Lufthansa expandir sua presença no mercado italiano, enquanto a TAP, com forte liderança nas rotas para o Brasil e África, traz uma rede de ligações estratégicas que complementa a oferta da Lufthansa.
- Expansão global: A integração da TAP fortaleceria a posição da Lufthansa na América do Sul e África, mercados de grande potencial de crescimento.
- Aumento da competitividade: Estas aquisições tornariam a Lufthansa ainda mais competitiva face a outros grandes grupos aéreos, como a Air France-KLM e a IAG, que controla a British Airways e a Iberia.
Aquisição da ITA Airways: Onde estamos?
Após anos de tentativas de privatização, o Governo Italiano firmou um acordo de venda de 41% da ITA ao Grupo Lufthansa por €325 milhões, com uma opção de compra futura do restante. No entanto, a conclusão do acordo enfrenta um impasse recente, pois a Lufthansa busca reduzir o valor final da aquisição.
O processo foi submetido a uma análise detalhada pela Comissão Europeia, que impôs restrições para garantir concorrência justa, incluindo a exclusão da ITA de uma joint venture transatlântica da Lufthansa com a United Airlines e a Air Canada. Adicionalmente, a Comissão Europeia identificou 39 rotas de interesse potencialmente afetadas pela fusão, o que gerou insatisfação por parte do governo italiano. Com a integração da ITA, a Lufthansa espera usufruir de sinergias e do suporte da Star Alliance, com o CEO Carsten Spohr expressando a expectativa de tornar a ITA rentável sob a liderança do grupo.
TAP: O Próximo Alvo
Após o acordo com a ITA, a Lufthansa está de olho na TAP, manifestando interesse numa participação estratégica de 19,9% na companhia portuguesa, ligeiramente abaixo do limite de 20% que exige aprovação da Comissão Europeia, o que facilitaria o processo.
Representantes da Lufthansa, incluindo o CEO Carsten Spohr, já discutiram a possível aquisição com o governo português.
Miguel Pinto Luz, atual Ministro das Infraestruturas e Habitação de Portugal, responsável pela gestão e privatização da companhia aérea, declarou à Reuters que “houve manifestações de interesse de mais de uma dezena de partes interessadas, tanto nacionais quanto internacionais”, incluindo grupos fora da Europa. A TAP tem atualmente até 51% do capital disponível para venda tendo o governo confirmado reuniões com a Air France-KLM, Lufthansa e British Airways.
A aquisição da TAP fortaleceria significativamente o domínio global da Lufthansa, embora não signifique que seja o melhor negócio para Portugal e os portugueses focados noutras prioridades.
O governo português ainda não tomou uma decisão final e, considerando a concorrência de outros grupos, o resultado permanece em aberto.
Esta estratégia de expansão e consolidação demonstra a ambição da Lufthansa em assegurar uma rede robusta e global, capitalizando sinergias e ampliando a sua competitividade, ao mesmo tempo que reforça a sua resposta aos desafios da conectividade e da sustentabilidade no setor aéreo.