O partido PAICV exigiu ao Governo da República de Cabo Verde explicações quanto à perda do certificado de operador aéreo (COA) pela TACV – Cabo Verde Airlines e quanto à entrega do avião que havia sido arrestado para alegadamente cobrir as dívidas da Icelandair.
Em conferência de imprensa realizada neste sábado, dia 9 de julho, o secretário-geral do partido, Julião Varela, afirmou que o “amadorismo e a cultura da mediocridade” que caracterizam a atual administração da TACV não se compatibilizam com a gestão de um sector tão especializado e complexo como é o da aviação civil.
“Vale lembrar que no domínio da certificação, a TACV e a aviação civil cabo-verdiana têm um histórico de boas práticas patentes na montagem de dossiers que conduziram a certificações como a da Categoria I da Administração Federal da Aviação dos EUA (FAA), a da IOSA (Certificado de Segurança da IATA) e a da própria EASA (Agência Europeia para a Segurança Aérea) que foram ativos importantes que deram muito prestígio e credibilidade à companhia e ao país e que, infelizmente, estão a ser desbaratados pelo atual governo”, acusou.
Julião Varela questionou a quem devem ser assacadas as responsabilidades de ressarcir aos passageiros pelos incómodos e prejuízos causados e quem responde pela caducidade e pela não atualização da referida certificação.
“Chegou-se a essa gritante inconformidade por ignorância ou por negligência?”, indagou.
Para o PAICV a TACV é hoje uma companhia sem norte, fazendo navegação à vista, sem uma política comercial e sem uma estratégia de desenvolvimento a prazo que soma prejuízos aos seus acionistas, no caso, os cabo-verdianos.
Este novo episódio, segundo Julião Varela, vem juntar-se ao quadro “já muito precário” da TACV, com os trabalhadores a braços com salários em atraso, ao mesmo passo que se denuncia a situação difícil da companhia de bandeira nacional, que inclusive já propõe uma redução substancial dos salários dos trabalhadores.
“A esta situação, acrescenta-se, também, um novo facto por ser esclarecido que é o desfecho do processo do avião arrestado na ilha do Sal, com todo o aparato, há um ano. Afinal com que garantia ficou o País para cobrar as elevadas dividas da Icelandair para com Cabo Verde incluindo o valor da venda da empresa – os tais 48 mil contos cabo-verdianos. É caso para se perguntar até quando e a que preço vai o Governo de Cabo Verde e o seu primeiro-ministro teimar em manter este insustentável estado das coisas na transportadora aérea nacional”, disse Julião Varela.
- Foto de abertura © Jailson Lopez
- Com informações da Agência Cabo-Verdiana de Notícias INFORPRESS