A IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) assegurou nesta sexta-feira, dia 3 de junho, que “não faz sentido” para algumas companhias aéreas trabalharem em países como “Venezuela ou Nigéria”, onde os Governos “não pagam os custos operativos” das empresas.
Esta posição foi assumida pelo novo presidente da IATA, o britânico Willie Walsh, no fim da 72.ª assembleia anual realizada na cidade de Dublin, na República da Irlanda.
Walsh, administrador do grupo IAG, afirmou que as companhias aéreas querem manter os citados países “ligados ao mundo”, mas sublinhou que as dificuldades económicas que atravessam podem forçar mais companhias a suspender as suas operações.
Durante a reunião, a IATA instou vários governos a devolverem as receitas das companhias aéreas que operam nesses países e referiu os casos da Venezuela e da Nigéria como os mais graves.
Segundo Walsh, o caso da Venezuela é o mais “proeminente” já que estão retidos 3.800 milhões de dólares das companhias aéreas há pelo menos 16 meses.
Esta situação levou a companhia alemã Lufthansa e a latino-americana LATAM Airlines a deixarem de voar para a Venezuela nos próximos meses, uma decisão que Walsh defendeu.
Cinco países têm retidos mais de 5.000 milhões de dólares de receitas das companhias aéreas, segundo dados da IATA.
Depois da Venezuela, a Nigéria é o caso mais grave com 600 milhões de dólares bloqueados durante sete meses, mas atualmente as autoridades estão a negociar com as companhias aéreas para solucionar a situação.
Completam a lista o Sudão, com 360 milhões de dólares retidos, o Egito, com 291 milhões e Angola com 237 milhões, apontou Walsh, citado pela agência espanhola EFE.