Pandemia influenciará processo de privatização da Azores Airlines

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O Governo Regional dos Açores ainda não tomou uma decisão acerca da privatização da companhia Azores Airlines, que integra o Grupo SATA, mas a secretária regional dos Transportes admitiu que “o cenário mudou” com a pandemia de covid-19, podendo influenciar o processo.

Questionada pelo deputado do Partido Popular Monárquico (PPM) sobre a alienação de 49% do capital social da Azores Airlines, companhia que opera de e para fora dos Açores, Ana Cunha adiantou que “não há ainda nenhuma deliberação a respeito deste dossiê”, embora admita que “o cenário mudou tremendamente” e que, a nível europeu, o setor registou “que chegam a atingir valores superiores a 90%”, o que, “obviamente, influenciará o processo de privatização”.

Um primeiro concurso para essa privatização foi anulado em novembro de 2018, não tendo o mesmo sido relançado até ao momento, mas mantendo o executivo açoriano essa intenção.

A governante foi ouvida na segunda-feira, dia 13 de abril, pela Comissão de Economia do parlamento açoriano, a propósito do requerimento apresentado pela representação do PPM, para avaliar os impactos da pandemia de covid-19 nos “transportes, obras públicas, comunicações e manutenção e uso logístico dos edifícios e equipamentos públicos”, numa audição em que esteve também presente o presidente do Conselho de Administração do grupo SATA.

 

Grupo SATA redesenhou operação para retomar voos regulares a 1 de maio

Luís Rodrigues garantiu que a companhia aérea açoriana tem “a operação desenhada para, a partir de 1 de maio, voltar, gradualmente, à normalidade”, mas ressalva que “isso, sendo verdade hoje, amanhã pode já não ser”.

“A situação da SATA antes desta catástrofe era conhecida de todos. Não passámos do mau para o bom, passamos do mau para o pior ainda”, afirmou sobre a saúde financeira da empresa.

As contas de 2019 ainda não estão prontas, mas “não são muito diferentes do que têm sido nos últimos dois ou três anos”, completou.

Para colmatar os prejuízos, já que, “neste momento, a SATA está praticamente sem receitas”, o grupo empresarial já recorreu a pedidos de moratória de todos os empréstimos bancários, à possibilidade de adiar todas as obrigações fiscais permitidas atualmente, suspensão de leasings de aviões, sem que fique comprometida a operação e, “inevitavelmente, mais atrasos ainda no pagamento a fornecedores”, bem como à suspensão temporária integral ou parcial de contratos de trabalho.

O administrador adiantou que a empresa colocou 441 funcionários em ‘lay-off’ a tempo integral, 563 a tempo parcial, e mantém cerca de 400 trabalhadores a trabalhar a 100%, mantendo “todas as operações críticas em todas as ilhas e todas as áreas a funcionar plenamente”.

Sobre o plano de negócios da empresa, que devia estar terminado no início do segundo trimestre, Luís Rodrigues avançou que o “plano está feito, mas, neste momento, não faz sentido discuti-lo, porque o ano de 2020, que era o ponto de partida, ninguém sabe como vai ser”.

Ainda sobre o transporte aéreo, Ana Cunha afirmou que, “nesta fase, não há qualquer certeza na retoma da operação da Ryanair”, acrescentando que “não há, também, um abandono da sua operação nos Açores, há uma suspensão prolongada da operação da companhia aérea”.

 

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