Mais de dois mil pilotos britânicos da companhia de baixo custo europeia EasyJet (cerca de 99,9% do ativo de sindicalizados) votaram a favor do afastamento de funções do diretor de operações da empresa, Peter Bellew (na foto de entrada).
Esse resultado mostra claramente que existe uma brecha séria e crescente entre os pilotos da companhia e os atuais gestores da empresa, destaca a imprensa do Reino Unido.
O pilotos consideram que os responsáveis pela companhia aérea lidaram mal com a crise criada pela pandemia de covid-19 e dizem-se moralmente afetados pelas nomeações e decisões tomadas desde o início do ano por Peter Bellew.
O sindicato BALPA que integra a esmagadora maioria dos pilotos britânicos ao serviço da EasyJet diz, em comunicado que esta votação é “uma demonstração de unidade dos profissionais e a expressão de desaprovação na direção e gestão dos negócios, fatos inéditos na vida da EasyJet”.
Peter Bellew foi anteriormente Diretor de Operações da Ryanair e ingressou na EasyJet em janeiro deste ano.
“É absolutamente vital que a EasyJet tome medidas imediatas para restaurar a confiança na equipa de gestão que se desintegrou completamente”, diz o sindicato que exige que “os pilotos da EasyJet e os seus representantes sejam tratados com respeito e que os negociadores que representam a companhia sejam honestos e estejam de boa fé”.
A BALPA considera que os previstos despedimentos de 727 pilotos no Reino Unido propostos pela EasyJet são um número completamente irrealista.
Peter Bellew saiu a primeira vez da Ryanair em 2014 para assumir as funções de CEO da companhia Malaysia Airlines, da Malásia, projeto que abandonou em 2017. Regressou à companhia de baixo custo irlandesa no dia 1 de dezembro de 2017, com as funções de diretor de Operações (COO), com responsabilidades mais alargadas, incluindo a reorganização e a formação dos pilotos da companhia aérea onde já tinha sido Diretor de Operações de Voo.
Depois de 18 meses na Ryanair, e de um trabalho que Michael O’Leary classificou de notável, Peter Bellew demitiu-se em junho de 2019 para ingressar na concorrente EasyJet, uma ‘transferência’ que provocou algum ruído nomeadamente da parte da Ryanair que pretendia que as entidades reguladoras e da concorrência se opusessem a essa passagem.