Plano para ampliação do Aeroporto Internacional de Macau já tem luz verde de Pequim

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O Conselho do Estado da República Popular da China aprovou o pedido para ampliar o Aeroporto Internacional de Macau, através da construção de um aterro, um plano que sofreu vários ajustes desde 2017.

A expansão envolverá um aterro com mais de 129 hectares e vai permitir aumentar a capacidade do aeroporto para 15 milhões de passageiros por ano, anuncia nesta segunda-feira, dia 31 de outubro, o jornal ‘Tribuna de Macau’ que se publica na Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), em língua portuguesa, umas das línguas oficiais do território do Sul da China.

Reproduzimos em seguida um artigo da autoria do jornalista Sérgio Terra, diretor da ‘Tribuna de Macau’, que explica o que se vai passar nos próximos dias com o Aeroporto Internacional de Macau, que foi originariamente construído sob administração portuguesa e inaugurado em 1995, antes da devolução do território de Macau à República Popular da China, que ocorreu em 20 de dezembro de 1999.

 

Culminando um processo iniciado há cinco anos, o Conselho do Estado deu “luz verde” ao pedido para construir um aterro com vista à ampliação do Aeroporto Internacional de Macau, anunciou no sábado o Governo da RAEM. Esta decisão “representa um incentivo” e reflecte o “enorme apoio” do Governo Central ao “progresso de Macau”, salientou o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, manifestando o desejo de que “a recuperação e o crescimento do sector aeronáutico local possam ser articulados com o aperfeiçoamento das infra-estruturas do Aeroporto e a abertura do mercado do transporte aéreo de Macau, contribuindo para a concretização de um desenvolvimento sustentável do sector local”.

“O aterro e a ampliação do Aeroporto Internacional de Macau irão não só alargar o espaço de desenvolvimento da RAEM como também serão favoráveis à integração de Macau no desenvolvimento nacional e participação na construção da estratégia ‘Uma Faixa, Uma Rota’, contribuindo para a recuperação económica local e a enunciação de uma base sólida para se concretizar a diversificação económica de Macau”, frisou ainda o Chefe do Executivo, segundo uma nota oficial.

O Governo garantiu que, desde 2017, tem mantido uma comunicação estreita com os serviços competentes do Interior da China, promovendo, “de acordo com as exigências”, estudos relacionados com este projecto, sobretudo no que diz respeito aos “recursos hídricos” e à “avaliação ambiental”. Na sequência desses trabalhos, em Agosto de 2021, a RAEM apresentou ao Governo Central o pedido de utilização das áreas marítimas, no âmbito da ampliação do Aeroporto, acompanhado de um “relatório completo sobre a matéria”. Durante esse processo, o Executivo da RAEM recebeu “valiosas orientações e um forte apoio” do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado, bem como do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM e de outros serviços nacionais, reconheceu Ho Iat Seng.

A Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) acredita que o projecto de ampliação “irá consolidar a posição de Macau como pólo mundial de turismo e lazer e diversificar o mercado económico, aumentando assim a competitividade do Aeroporto” na Região do Delta do Rio das Pérolas. Em comunicado, o organismo asseverou estar “confiante que a melhoria das infra-estruturas aeroportuárias, a optimização das instalações dos terminais, a retoma gradual dos serviços de voo e a expansão da malha aérea irão oferecer serviços mais diversificados tanto aos residentes de Macau como aos viajantes da Região do Delta do Rio das Pérolas”.

Capacidade para 15 milhões de passageiros por ano

Sem adiantar um calendário para as obras, a AACM indicou que a construção do aterro, cuja área total excederá 129 hectares, será executada por fases, de acordo com a procura no sector da aviação. Após a conclusão do projecto de expansão, a capacidade do aeroporto aumentará para 15 milhões de passageiros por ano.

O projecto do aterro será desenvolvido nas águas entre a pista e as duas vias de circulação dos aviões para expandir a capacidade da placa de estacionamento. Em concreto, serão criados mais locais para estacionar aeronaves e vias rápidas de circulação.

Embora a pista mantenha o comprimento actual, as áreas de segurança serão estendidas para corresponder às novas normas de segurança da Organização da Aviação Civil Internacional. O plano inclui ainda a criação de um canal de água com 95 metros de largura entre a pista e a placa de estacionamento, referiu a AACM, salientando que a “superestrutura aumentará muito a capacidade” do terminal de passageiros, da pista e das instalações de aviação em geral.

Tendo em conta as orientações das entidades do Interior da China, a Autoridade de Aviação Civil realizou um estudo sobre o caudal de água, entre Novembro de 2017 e Agosto de 2018, e outros projectos de investigação científica entre Agosto de 2019 e Junho de 2021, acabando por elaborar quatro relatórios – sobre controlo de cheias, navegação, utilização das áreas marítimas e impacto ambiental.

Plano de construção em 60 dias

A Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau (CAM) já formou um grupo de trabalho sobre o projecto do aterro e ampliação da infra-estrutura, “exigindo à empresa de engenharia que apresente o plano de construção em 60 dias e negocie as tarefas de monitorização relevantes da área marítima”. A CAM indicou ainda que o seu Departamento de Desenvolvimento de Infra-estruturas e a empresa de consultoria começaram a trabalhar no calendário das obras do aterro e no respectivo plano orçamental. Agradecendo o apoio de Pequim, a CAM assegurou que o Aeroporto continuará a evoluir no sentido de “aumentar a competitividade global” e desempenhar o seu papel específico na Grande Baía.

 

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