Presidente da Emirates Airlines confirma interesse em Moçambique

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Já lá vão dez meses que o presidente da Emirates, Tim Clark, disse ao portal de notícias de turismo e viagens ‘PressTUR’ que “muito em breve” a Emirates deveria iniciar voos para Moçambique. Isso ainda não aconteceu, o que não significa o abandono do projecto, como o executivo deixou claro ao intervir num fórum no Dubai sobre investimento em África.

“Estamos a olhar para Moçambique”, afirmou Tim Clark, citado em notícias atribuídas à agência ‘Reuters’, que salientou que onde quer que se veja petróleo e gás “terá que ter interesse para pessoas como nós”.

Em inícios de Dezembro passado, Tim Clark, em declarações ao ‘PressTUR’ durante a Cimeira da Aviação promovida pela CAPA em Noordwijk, Holanda, afirmou que “muito em breve”, “possivelmente” este ano a Emirates começaria a voar para Moçambique.

Um comunicado divulgado pela Emirates acerca de intervenção de Tim Clark no ‘Africa Global Business Forum 2014’ salienta que anunciou que a companhia está a dar “um enfoque estratégico” a África e que planeia aumentar a capacidade no continente em 40% na próxima década. O documento refere que Tim Clark interveio no âmbito do painel dedicado ao tema Dubai como hub de África, e começou por destacar que África tem sido “uma fantástica história de crescimento” para a companhia, relacionando-o com o reconhecimento pelo governo do Dubai de que havia potencial por capturar.

Tim Clark disse também que actualmente o investimento da companhia em ligações com África ascende a sete mil milhões de dólares em frota e a dois mil milhões em custos operacionais.

 

Novas rotas da Emirates para “mercados emergentes” em África

O presidente da Emirates garantiu ainda que a companhia vai investir em providenciar “ligações críticas” da Ásia, Médio Oriente e Austrália com “mercados emergentes” africanos, apontando para um aumento de aproximadamente dez destinos em África na próxima década, além de aumentos de frequências em rotas já existentes.

“África ainda é um mercado com oferta insuficiente e a Emirates vai continuar a canalizar tráfego através do hub do Dubai, que já é um acesso chave ao continente africano”, prometeu Tim Clark.

O comunicado da Emirates sobre a intervenção de Tim Clark no ‘Africa Global Business Forum 2014’ defende que a localização do Dubai lhe permite oferecer ligações mais rápidas aos viajantes do continente africano do que as tradicionais ligações via hubs europeus como Londres, Paris e Frankfurt.

Nos últimos cinco anos a Emirates transportou 1,6 milhões de passageiros e 40 mil toneladas de carga entre a África e a China e que antecipa atingir 8,5 milhões de lugares disponíveis em ligações com África no ano 2020.

A informação da companhia salienta ainda que actualmente meio milhão de africanos reside no Dubai, que espera ter um aumento até 2020 do turismo africano para 1,5 milhões por ano.

O “Wall Street Journal” escrevia esta semana que a Emirates já é a maior companhia aérea não africana em ligações para a África Sub-Sahariana, com 69 mil lugares em 198 voos por semana para 22 destinos, tendo ultrapassado a Air France. Tim Clark, ao intervir no Fórum, comentou que considera que ainda só estão “a meio caminho”.

 

Moçambique entre os destinos potenciais da companhia do Dubai

O presidente da Emirates, acrescenta essa notícia, indicou que Moçambique, Benin, Togo, Guiné Equatorial e Congo são potenciais destinos futuros da companhia em África, que esta semana assinou um acordo com o governo angolano para assumir a gestão da TAAG.

O interesse da Emirates em reforçar a presença em África prende-se com a perspectiva de que o Dubai é cada vez a melhor ‘porta de acesso’ das empresas africanas a outros continentes, designadamente à Ásia. Segundo o “Wall Street Journal”, foi isso que declarou Aliko Dangote, descrito como “o homem mais rico de África”.

“Há muitas companhias a fazer negócio no Dubai pelo seu ambiente que habilita”, afirmou Aliko Dangote, sublinhando que essa “é a melhor rota” para qualquer africano que queira ir para a Ásia.

O jornal salienta que, porém, não é apenas a Emirates que está a reforçar em África, citando os casos da Qatar, da Turkish e Saudi Arabian Airlines, que diz já serem maiores que as concorrentes europeias em número de lugares de e para África, exceptuando a Air France.

Apesar deste ambiente no ‘Africa Global Business Forum’, Tim Clark, segundo a notícia da Reuters, admitiu uma queda da procura para África a partir da Ásia, pelas preocupações suscitadas pelo aumento dos casos de infecções como vírus ébola, que se julga ocorrerem de forma generalizada em África.

Actualmente a Emirates conta com 22 destinos em África e Tim Clark afirmou que até 2025 poderão ser acrescentados mais dez, além de aumentar frequências de voos em alguns aeroportos de países para onde já opera.

 

  • Texto publicado pelo ‘PressTUR’, parceiro editorial do ‘NewsAvia’ em Portugal

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