O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, defendeu nesta quinta-feira, dia 13 de abril, que o país precisa de dar mais espaço para o setor privado nos transportes aéreos e terrestre de passageiros. Visitou as instalações da LAM – Linhas Aéreas de Moçambique e não gostou do que viu.
Durante a visita à sede e oficinas da LAM, no Aeroporto de Maputo, Filipe Nyusi conversou com os trabalhadores e recebeu explicações de como funcionam os diversos departamentos por parte dos responsáveis pela empresa. Alguns acompanhantes até consideraram que o Chefe de Estado moçambicano assumiu uma posição muito calma e ouviu com interesse as informações que lhe foram passadas e que justificam, ao fim e ao cabo, a má situação em que se encontra a companhia aérea nacional, nomeadamente quanto à situação anormal da sua frota e de má prestação de serviço que tem sido acusada nos últimos meses.
Contudo, o certo é que Filipe Nyusi entendeu bem que a situação não pode continuar assim e apontou o dedo a quem deveria ter apresentado soluções ou foi negligente e deixou arrastar o processo de desvalorização da empresa aérea de bandeira, que tem sido agravado pela crise financeira que abala o País. “Não posso compreender como é que vocês [instituições reguladoras] fecham o circuito. Os tempos são outros”, observou Filipe Nyusi durante uma reunião do conselho consultivo do Ministério dos Transportes e Comunicação, que se seguiu após as visitas que a comitiva presidencial fez nesta quinta-feira a empresas de transporte em Maputo, incluindo a LAM.
Antes do encontro, o Chefe de Estado visitou as empresas públicas de transportes de Maputo (EMTPM), as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), o Instituto Nacional de Transportes Terrestres (Inatter) e ainda a empresa dos Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).
Presidente defende abertura do espaço aéreo em Moçambique
Filipe Nyusi defende que a liberalização do espaço aéreo e terrestre pode garantir que haja sempre meios alternativos em momentos de crise, evitando, por exemplo, que as dificuldades que a EMTPM e a LAM atravessam tenham forte impacto no dia-a-dia.
No que respeita à LAM, o Chefe de Estado moçambicano defendeu que “é preciso fazer um pouco mais”. “Parece-me que não há uma linha de princípios na empresa. Quem chega quer fazer a sua coisa”, criticou Filipe Nyusi, lembrando que a companhia perdeu o princípio da formação, que apontou como um dos mais importantes elementos para a sustentabilidade de uma empresa.
Por outro lado, questionou-se sobre o facto de o país não ter aviões para voar na quantidade desejada, mas também não deixar outros entrar no setor, numa alusão às imposições colocadas pela autoridade reguladora (Instituto Nacional de Aviação Civil) para que novas companhias entrem no país.
Dos dez aviões disponíveis na LAM apenas cinco estão operacionais e a companhia tem estado a receber críticas devido a atrasos de voos e má qualidade de serviços, confirmou o Presidente da República.