A Airbus vai reduzir a produção de aviões A380, pretendendo limitar-se ao fabrico de uma unidade por mês devido à quebra registada nas vendas. Neste ano a empresa prevê entregar um total de 27 aviões A380.
“Esta decisão permite-nos agendar as entregas e esperar por novas encomendas”, disse Alain Flourens, diretor do programa A380 em entrevista ao jornal francês ‘Le Figaro’, insistindo que o aparelho, o maior produzido pela companhia, tem futuro comercial apesar da situação adversa que enfrenta atualmente.
Fluroens assinalou que o “A380 continua a ter lugar na carteira de produtos da Airbus”, até porque responde “perfeitamente” ao aumento do tráfego aéreo e à “saturação” dos aeroportos.
Em julho, o construtor europeu já tinha referido a possibilidade de redução do número relativo à produção do aparelho – com capacidade para transportar 500 passageiros – porque a carteira de vendas não aumentou nos últimos anos.
Para os próximos 20 anos, a empresa estima que a procura de aviões de grandes dimensões (mais de 400 lugares), como o A380 ou o 747 da Boeing, vai ser de 1.500 em todo o mundo.
Há previsões a indicar que o trânsito aéreo global duplica sempre que se cumprem ciclos de 15 anos, sendo que os mesmos estudos mostram que os grandes aeroportos vão ser obrigados a gerir problemas de saturação, apesar das melhorias introduzidas nos sistemas de descolagem e de aterragem e que permitem aumentar o número de operações por hora.
No total, o fabricante prevê entregar 124 unidades de aviões A380, que foram encomendados desde o início do programa, no ano 2000, incluindo doze aparelhos pedidos pelo Irão mas que só podem ser vendidos depois de formalizadas as licenças de exportação com Teerão.
Segundo Fluorens, enquanto não se regista o aumento das vendas do A380, o fabricante vai trabalhar no sentido de “melhorar a produtividade” através do aperfeiçoamento sobretudo na área da cabina.