O primeiro-ministro português, António Costa, anunciou na tarde desta quarta-feira, dia 21 de setembro, que marcou para a próxima sexta-feira, dia 23, uma reunião com o presidente do Partido Social-Democrata (PPD/PSD), que com a presença do ministro das Infraestruturas, após registar “total disponibilidade” de Luís Montenegro para convergência sobre o novo aeroporto.
Esta posição de António Costa surge depois de o líder do PSD lhe ter escrito pedindo a “realização imediata” de uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) sobre localizações possíveis do futuro aeroporto, que quer concluída num ano e com análise de custos e prazos de cada opção.
“O primeiro-ministro tomou conhecimento da carta que lhe foi dirigida pelo Dr. Luís Montenegro em nome do PPD/PSD”, lê-se na nota divulgada pelo gabinete do líder do executivo português, divulgada em Lisboa.
Em relação à carta de Luís Montenegro, “quanto ao essencial”, António Costa salienta ter registado a reafirmação da “total disponibilidade para se alcançar a maior convergência possível” sobre “a estratégia de desenvolvimento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa” e, em especial, “da aceitação recíproca da metodologia a seguir”.
A seguir, António Costa refere-se à reunião de sexta-feira, mencionando a presença do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.
“Para dar sequência útil a esta disponibilidade, o primeiro-ministro e o ministro das Infraestruturas e Habitação terão na próxima sexta-feira, às 17h00, na residência oficial do primeiro-ministro, uma reunião de trabalho com uma delegação do PPD/PSD liderada pelo seu presidente, Dr. Luís Montenegro”, acrescenta a nota.
Na missiva do presidente do PSD dirigida a António Costa, divulgada à comunicação social, Luís Montenegro pede que esta AAE seja realizada para as opções Montijo, Alcochete “e qualquer outra que o Governo ou a estrutura encarregue de fazer a AAE decidam fundamentada e tecnicamente incluir”.
O presidente do PSD requer ainda que esta avaliação seja entregue “a personalidades de reconhecido mérito técnico, académico e científico”, “a indicar preferencialmente por entidades independentes ligadas à academia” (sugerindo a inclusão de universidades estrangeiras, como por exemplo o MIT) e “às áreas do conhecimento económico e da engenharia aeronáutica e civil”.
O PSD pede igualmente a autonomização “dentro ou fora da AAE” de uma análise comparativa dos custos e prazos de execução de cada uma das localizações em estudo, incluindo as “infraestruturas conexas, complementares” necessárias.
Nas conclusões transmitidas a António Costa, o líder social-democrata reitera ainda a necessidade de se iniciarem, de imediato, as obras de requalificação do Aeroporto Humberto Delgado e de valorizar seja os aeroportos que servem a região Norte e Algarve, “seja o aeroporto de Cascais” (na área do tráfego da aviação executiva e ligeira da região de Lisboa).
Na carta, Montenegro explica que o PSD terminou um conjunto alargado de audições sobre o futuro aeroporto, que está a realizar desde julho, e das quais resultaram as conclusões que agora transmitiu ao Governo.
“Apresentado o resumo das conclusões (…) e do trabalho aturado de reflexão interna, caberá agora ao Governo – que, ademais, dispõe de uma maioria absoluta no parlamento – decidir o caminho metodológico a seguir, o qual terá a nossa aquiescência dentro das balizas supra enunciadas”, afirmou.
Luís Montenegro reiterou ainda a disponibilidade para o diálogo sobre o tema com o Governo, pedindo a António Costa que “possa rapidamente tornar pública a decisão do Governo”.
O atual Governo português foi formado pelo Partido Socialista que goza de uma maioria parlamentar na Assembleia da República. O PSD foi o segundo partido mais votado nas ultimas eleições legislativas, sendo, por isso o maior partido da oposição.
- Texto distribuído pela agência noticiosa portuguesa ‘LUSA’