O Grupo Ryanair apelou à ANA – Aeroportos de Portugal, que designa por “monopólio aeroportuário português” para reduzir as suas taxas excessivas nos aeroportos nacionais e oferecer custos competitivos para restabelecer o crescimento da economia, empregos e indústria do turismo em Portugal.
A companhia diz que “a decisão monopolista da ANA de aumentar as taxas aeroportuárias em até 17% a partir de janeiro de 2024 prejudicou o crescimento português”, pois a Ryanair foi forçada a fechar a sua base em Ponta Delgada (Açores) e reduzir a sua base na Madeira em 50% no Verão de 2024, com risco de encerramento permanente da base, refere um comunicado distribuído nesta terça-feira, dia 23 de julho.
“Estes aumentos das taxas do monopólio ANA são impostos numa altura em que a maioria dos aeroportos europeus estão a reduzir as taxas para recuperar o tráfego pré-covid e incentivar o crescimento”, considera a Ryanair.
Além disso, a Ryanair apelou ao Governo português para expandir imediatamente a capacidade do aeroporto da Portela, antes da construção do aeroporto do Alcochete, que não estará pronto antes de 2031, no mínimo. “O limite artificial de passageiros na Portela impede o crescimento em Lisboa e limita a concorrência de tarifas baixas e a escolha para os cidadãos e visitantes de Lisboa”, considera a companhia de baixo custo.
Michael O’Leary, CEO da Ryanair Holdings, em declarações contidas no comunicado, apresentadas em discurso direto, faz questão de, uma vez mais, colocar em causa a continuidade da companhia aérea nas rotas da ilha da Madeira: “As ilhas regionais de Portugal já estão a perder, pois a Ryanair foi forçada a fechar a sua base em Ponta Delgada e reduzir uma das nossas duas aeronaves baseadas na Madeira, uma perda de 100 milhões de dólares em investimento, com a base atualmente em risco de encerramento graças às altas taxas da ANA”.
Entretanto, numa conferência de imprensa que decorreu na tarde desta terça-feira (dia 23) em Lisboa, Michael O’Leary reafirmou as declarações contidas no comunicado do grupo europeu de aviação comercial, e acrescentou que também as operações da Ryanair nos aeroportos do Porto e de Faro deverão ser reduzidas na campanha de Verão, numa mudança que a Ryanair atribuiu igualmente ao aumento das taxas aeroportuárias.
Para este ano, a Ryanair terá 27 aeronaves em Portugal a servir 172 rotas, num total esperado de 13,5 milhões de passageiros.