Ryanair ‘derruba o seu muro de Berlim’ e abre venda de voos às agências Travelport

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A low cost Ryanair, que fez muitos títulos a chamar “parasitas” às agências de viagens, pôs hoje fim a essa ‘guerra’ para vender exclusivamente através do seu website ao anunciar um acordo que abre a venda através dos GDS da Travelport, como o Galileo, mais utilizado em Portugal, a quem apelida de “parceiro ideal”.

Um comunicado divulgado hoje pela low cost assinala precisamente que através desta “nova parceria com a Travelport”, permite que os agentes de viagens de todo o mundo acedam ao seu inventário.

Este anúncio pela Ryanair é o fim do último ‘bastião’ da fronteira que tinham traçado ao nível da distribuição, que partia do princípio que as agências de viagens eram dinossauros em vias de extinção que só acrescentavam custos.

Michael O’Leary, CEO da Ryanair, foi durante vários anos a ‘cara’ dessa campanha e nem hoje ao ser citado no comunicado da low cost sobre o acordo com a Travelport se refere uma única vez às agências de viagens.

O’Leary, de facto, centra-se no impacto que espera do acordo a nível das viagens de negócios, um segmento de mercado que todas as low cost têm acabado por reconhecer que precisam das agências de viagens.

Mais de 22% dos clientes da Ryanair viagem em trabalho e o que a low cost espera que essa percentagem aumente, diz O’Leary, acrescentando que é o que espera da “parceria” com a Travelport que, acrescenta, permitirá aos departamentos de viagens das empresas “ainda maior acesso às baixas tarifas da Ryanair, assegurando que pouparão milhões de euros em despesas de viagens todos os anos”.

O comunicado cita também Kurt Ekert, vice-presidente executivo e primeiro responsável Comercial (Chief Commercial Officer) da Travelport, que destaca a satisfação com que a empresa passa a disponibilizar a extensa oferta de tarifas baixas da Ryanair “às agências de viagens de todo o mundo”.

A entrada da Ryanair para o sistema de distribuição de viagens da Travelport já era antecipada desde finais do ano passado, designadamente a partir do momento em que a low cost admitiu que para prosseguir os seus objectivos necessitava de ter maior penetração no mercado das viagens empresariais.

A questão era qual o GDS que iria escolher e embora seja de antever que venha a estar presente em mais do que um, a escolha da Travelport para começar [como aconteceu também com a easyJet e a Transavia,por exemplo] decorre, como, aliás, diz no seu comunicado, dos “recentes desenvolvimentos tecnológicos” da empresa liderada mundialmente por Gordon Wilson e em Portugal por António Loureiro, pelos quais se tornou “o parceiro ideal para a Ryanair para chegar ao canal da indústria de viagens”.

A evolução tecnológica da Travelport a que se refere o comunicado diz respeito à possibilidade da empresa apresentar através dos seus GDS os inventários das companhias aéreas tal como os apresentam nos seus websites sem investimentos vultosos.

A nova tecnologia permite, adicionalmente, que as agências de viagens vejam num mesmo monitor as ofertas de companhias ‘tradicionais’ e low cost, possibilitando-lhes que tenham mais opções para propor aos clientes sem terem que andar ‘a saltar’ de ligações.

 

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