A Ryanair Holdings anunciou que vai ser forçada a cancelar voos a partir do final de outubro deste ano, devido a atrasos na entrega de aviões da Boeing entre setembro e dezembro. A programação de voos de e para a cidade do Porto, no norte de Portugal, poderá ser afetada. Está prevista a retirada de um avião ali baseado.
Michael O’Leary, presidente executivo da holding que agrupa quatro companhias aéreas europeias de baixo custo, entre elas a matriz irlandesa Ryanair, precisa que “os cancelamentos entrarão em vigor no final de outubro e serão comunicados a todos os passageiros afetados por e-mail nos próximos dias”.
Aos passageiros afetados será oferecido reacomodação em voos alternativos ou um reembolso total, se assim o desejarem.
O’Leary disse ainda que a situação não deverá afetar o objetivo da previsão de tráfego para o ano inteiro (2023) de 183,5 milhões por agora, embora tenha reconhecido que se os atrasos se agravarem ou se prolongarem mais no período de janeiro a março de 2024, esse número poderá ter de ser “revisto e ajustado ligeiramente para baixo”.
No comunicado, distribuído na manhã desta quinta-feira, dia 28 de setembro, a Ryanair Holdings afirma que esperava receber 27 aviões entre setembro e dezembro, mas devido a atrasos na produção nas instalações da ‘Spirit Fuselage’ em Wichita (EUA), juntamente com atrasos nas reparações e entregas da Boeing em Seattle, espera agora receber apenas 14 aviões entre outubro e dezembro.
A Ryanair afirma que está a trabalhar com a Boeing para tentar acelerar as entregas no período de janeiro a maio de 2024, de modo a iniciar a época alta de viagens de Verão de 2024 com as 57 novas entregas previstas.
Os ajustamentos que a Ryanair vai efetuar esta semana ao programa de Inverno IATA (2023-2024) implicam uma redução de três aviões em Charleroi (Bélgica), de dois aviões em Dublin (Irlanda) e de cinco aviões em quatro bases italianas, incluindo Bérgamo, Nápoles e Pisa.
Sem especificar o número, a Ryanair afirma que haverá também reduções de aeronaves em East Midlands (Reino Unido), no Porto (Portugal) e Colónia (Alemanha).
A Ryanair pede desculpa por estes cortes “inevitáveis”, uma vez que não dispõe de aviões de reserva para o inverno, porque é necessária uma manutenção programada em toda a sua frota de mais de 550 aviões, a fim de os ter disponíveis para “o programa de Verão mais vasto” que a transportadora está a planear.
“Estamos a trabalhar em estreita colaboração com a Boeing e o seu fornecedor, a ‘Spirit’, para minimizar atrasos nas entregas”, afirma ainda Michael O’Leary, citado no comunicado.