A SATA Azores Airlines, companhia aérea portuguesa, baseada no arquipélago dos Açores, iniciou nesta terça-feira, dia 15 de setembro, um voo semanal entre Lisboa e a Guiné-Bissau, que deverá se manter até ao próximo mês de fevereiro de 2021, segundo informações recolhidas junto do fretador, a empresa ‘GB Flight Services’, de Bissau.
O primeiro voo (S46843), realizado pelo Airbus A320, matrícula CS-TKP partiu da capital portuguesa pelas 21h49 locais e aterrou no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, em Bissau, pelas 00h30 locais.
No regresso (S46842) o A320 da SATA deixou Bissau pelas 02h10 locais, estando prevista a sua chegada à capital portuguesa, pelas 06h30 desta quarta-feira, dia 16 de setembro.
Segundo informação do fretador, uma empresa guineense que tem estado envolvida nos fretamentos de voos humanitários e de repatriamento para o País, os voos serão semanais e o horário oficial é o seguinte:
- Lisboa-Bissau Terças-feiras, Partida: 20h15 Chegada: 00h30 (dia seguinte)
- Bissau-Lisboa Quartas-feiras, Partida 01h15 Chegada: 05h30
Este novo serviço aéreo está a criar boas expectativas entre os habitantes da Guiné-Bissau, já que se apresenta no mercado com uma tarifa considerada baixa e muito apelativa, relativamente aos preços praticados pelas outras empresas que ligam Bissau à Europa, que são atualmente as companhias portuguesas TAP Air Portugal e Euro Atlantic Airways, ambas com um voo semanal. Os bilhetes dos voos da SATA estão à venda em duas agências de viagens de Bissau – a ‘Sagres’ e a ‘OM Sai Travels’ – desde 190 mil francos CFA (cerca de 300 euros), que corresponde a cerca de metade do que cobram as outras companhias. Em Lisboa os bilhetes podem ser adquiridos na agência ‘Sempre Juntos Travel’ (telefone +351 96 5444 329).
Note-se que antes da pandemia aterravam em Bissau semanalmente 10 voos com ligações de e para a Europa – quatro da TAP e um da Euro Atlantic com origem e destino a Lisboa, e cinco da Royal Air Maroc (RAM), estes com ligação para cidades europeias desde o hub de Casablanca, em Marrocos.
A população da República da Guiné-Bissau está estimada em cerca de dois milhões de habitantes, a maioria com pouco potencial económico, mas com uma diáspora muito grande na Europa, nomeadamente em Portugal, França e Espanha. No ano passado passaram pelo Aeroporto Osvaldo Vieira, o único que recebe voos comerciais na Guiné-Bissau entre 120 a 150 mil passageiros.
Presentemente a companhia togolesa ASKY Airlines já retomou os voos, que fazem escala em Dakar (Senegal) desde Lomé, capital do Togo, com três escalas semanais. Nesses dois países africanos há também boas ligações para aeroportos europeus e para outros continentes, mas claro que o pacote da viagem fica mais caro, pelo que os passageiros guineenses preferem voar via Lisboa.
As companhias senegalesas Air Senegal e Transair deverão retomar em breve os voos para Bissau. A Air Senegal, que voa com Boeing 737-800, faz ligação direta a Dakar. A Transair voa com aviões mais pequenos, Embraer 145, mas tem a vantagem de fazer uma escala intermédia na Cidade da Praia, República de Cabo Verde, também interessante, dado o relacionamento regional existente entre os dois países-irmãos.
A RAM deverá retomar os voos no dia 12 de outubro, não se sabendo ainda o número de ligações semanais, que, naturalmente, serão adequadas ao fluxo de passageiros em perspectiva.
Entretanto, em Bissau, o ministro dos Transportes, Jorge Mandinga, tinha anunciado na tarde desta terça-feira, numa conferência de imprensa realizada no aeroporto da capital, que um grupo de privados, com o apoio das autoridades do País, tinha fretado um avião da transportadora açoriana SATA para fazer ligações entre as capitais de Portugal e Guiné-Bissau.
O governante guineense manifestou-se desanimado com a resposta das companhias aéreas que até antes da pandemia demandavam Bissau e que, em média, faziam 10 voos semanais com ligação a Lisboa.
“Hoje estamos com dois voos. Demos início à abertura do aeroporto em 1 de agosto, mas a resposta das companhias aéreas devido, ainda, à covid-19 não foi aquela que estávamos a esperar”, salientou.
“Enquanto estamos nesta solução temporária, esperamos que a TAP, a Euro Atlantic e a Royal Air Maroc possam, pouco a pouco, nos próximos cinco meses voltar à normalidade”, disse o ministro que apontou que este voo que está a ser feito pela SATA Azores Airlines visa colmatar a ausência de voos com ligação a Lisboa. A operação tem, inicialmente, uma duração prevista de cinco meses.
- Matéria escrita com informações e fotos de Albano Barai, colaborador do ‘Newsavia’ em Bissau.