Sindicatos acusam Portway de “amedrontar” e condicionar greve dos trabalhadores

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Os sindicatos que convocaram as greves dos trabalhadores da Portway para os próximos dias acusaram neste sábado, dia 29 de julho, a empresa de tentar “amedrontar” os seus trabalhadores através de um comunicado enviado aos funcionários.

O jornal online ‘Observador’ noticiou que a administração da Portway enviou aos trabalhadores uma carta em que realça que com as greves marcadas para 30 e 31 de julho e 5 e 6 de agosto “não é apenas a imagem do país que está em causa, é também a estabilidade futura” da empresa.

De acordo com a administração, estão a decorrer negociações para a renovação entre a Portway e a Easyjet, o seu maior cliente – que “seria sempre um processo exigente e arriscado”. “Desta vez poderá ser ainda mais devido à ameaça de greve nos dias 30 e 31 de julho e 05 e 06 de agosto”, refere a Portway na carta citada pelo ‘Observador’.

Em resposta, num comunicado conjunto, Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Aeroportos e Aviação (SINDAV), Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) e Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas (SIMAMEVIP) criticaram a postura da empresa.

No comunicado, os quatro sindicatos criticam “mais um vergonhoso comunicado da Vinci/Portway” que tenta “amedrontar os trabalhadores, condicionar o exercício do seu direito à greve e colocar nos sindicatos o ónus da destruição da empresa”.

Concluindo que “estiveram sempre de boa-fé” nas negociações e que apresentaram “várias propostas que permitissem, de forma faseada, que a empresa pagasse os 800.000 euros que deve aos seus trabalhadores, SINDAV, STHA, SITAVA e SIMAMEVIP apelam para uma “forte mobilização dos trabalhadores” para as greves convocadas.

Também o Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação (STAMA), em comunicado separado, apelou aos trabalhadores para que adiram à greve, criticando os lamentos da administração: “O crocodilo chora enquanto se sacia com a sua presa”.

“Para que fique claro perante um comportamento continuado por parte da Portway em subtrair rendimentos aos trabalhadores, o STAMA até lutaria de borla, é uma questão de coluna vertebral que pelos vistos não assiste a empresa”, acrescentou o sindicato.

No mesmo texto, o STAMA lembrou as reivindicações em causa: “os feriados vencidos e vincendos terão que ser pagos a 200% em cima do valor hora trabalhado” e “o segundo subsídio de refeição que consta [do Acordo de Empresa] de 2016 também terá que ser pago a muita gente que ainda não lhe viu a cor”.

Na semana passada, o Governo decretou serviços mínimos para as greves dos trabalhadores da Portway.

Nos termos do despacho dos ministérios do Trabalho e das Infraestruturas, agora publicado, os trabalhadores da empresa Portway Handling de Portugal terão de assegurar, em cada um dos dias de greve, serviços mínimos de assistência em escala para voos nos aeroportos afetados, nomeadamente de Lisboa e Porto.

No caso do aeroporto de Lisboa, aqueles serviços mínimos terão de assegurar a assistência a passageiros em um voo diário entre Lisboa-Madeira-Lisboa, bem como um voo por dia de e para Genebra, Londres, Luxemburgo e Paris.

Também no caso do aeroporto do Porto os serviços mínimos terão de garantir as condições para a realização de um voo diário deste aeroporto para os mesmos destinos, bem como o respetivo regresso.

Da lista de serviços mínimos faz ainda parte a assistência em escala nos voos de Estado (nacional ou estrangeiro), militares ou impostos por situações críticas relativos à segurança de pessoas e bens, como é o caso de voos-ambulância ou por razões de ordem técnica ou meteorológica.

Em causa está uma greve ao trabalho em dia feriado que seja dia normal de trabalho, a partir do dia 1 de agosto e por tempo indeterminado e uma greve total a partir das 00h00 do dia 30 de julho até às 24h00 do dia 31 de julho e das 00h00 do dia 5 de agosto até às 24h00 do dia 6 de agosto.

 

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