O Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Aviação Civil (SINTAC) considera que “não há nada para negociar” com a Portway, frisando que a empresa de assistência em terra nos aeroportos só tem de cumprir o Acordo de Empresa.
“Não há nada que se remeta para negociações. A nossa reivindicação tem a ver com um incumprimento de um acordo que já existe. A nossa reivindicação é que se aplique o que a empresa está a incumprir”, afirmou à agência ‘Lusa’ Fernando Simões, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Aviação Civil (SINTAC), referindo-se ao Acordo de Empresa.
O sindicalista reagia assim ao comunicado enviado neste domingo, dia 29 de dezembro, pela empresa à ‘Lusa’, no qual a Portway declara que “todas as atenções da companhia estão viradas para conseguir reduzir os impactos da paralisação nos clientes, passageiros e infraestruturas aeroportuárias” e apela ao “sentido de responsabilidade” do SINTAC, que convocou a greve.
“A empresa apela ao sentido de responsabilidade do SINTAC e reitera que apenas com o regresso à mesa das negociações será possível encontrar soluções que permitam o regresso à normalidade e acomodar reivindicações já consensualizadas em negociações anteriores que foram interrompidas por este sindicato”, lê-se no comunicado.
A empresa reitera a sua disponibilidade para retomar as negociações com o SINTAC e restantes sindicatos, nas reuniões que se encontram já agendadas para o início de janeiro.
“A empresa pretende obter, desta negociação, um instrumento de regulamentação do trabalho único, com vantagens para os trabalhadores e que permita a sustentabilidade da empresa”, indicou na nota.
A posição da empresa surge no terceiro e último dia de greve dos trabalhadores da Portway nos principais aeroportos portugueses, geridos pela ANA – Aeroportos de Portugal, empresa que tal como a Portway, integra o Grupo Vinci Airports.
Segundo o sindicalista Fernando Simões, para evitar novas greves, a Portway terá apenas de cumprir o Acordo de Empresa e retomar, como previsto, as progressões de carreira.
Ainda sem números definitivos, o SINTAC estima que a adesão à greve ficou entre os 80 a 85% no aeroporto de Lisboa, 70% no Porto e 50% em Faro.
O SINTAC admitiu voltar à greve, mas ao trabalho suplementar durante três meses, se não houver progressão das carreiras e atualização salarial.
A adesão à greve dos trabalhadores da Portway tem estado a provocar atrasos e cancelamentos de voos em Lisboa, assim como na Madeira, nomeadamente da companhia de baixo custo europeia EasyJet, que tem uma base operacional em Lisboa.
A greve abrange mais de 2.000 trabalhadores ligados à assistência em terra nos aeroportos (serviços de handling de passageiros e de aviões em escala).