O Solar Impulse 2, o primeiro avião alimentado a energia solar capaz de voar dia e noite, ao longo de vários dias, está pronto para realizar uma volta ao Mundo sem precedentes, a partir do final de Fevereiro ou do início de Março. O aparelho irá percorrer cerca de 35.000 quilómetros (22.000 milhas náuticas) – incluindo uma travessia de cinco dias do Oceano Pacífico, entre a China e o Havai (8.500 quilómetros) – efetuando 12 escalas, mas sem consumir uma única gota de combustível. Com velocidades de voo entre 50 e 100 km/h, estima-se que esta volta ao Mundo seja efetuada em cinco meses, com um tempo total de voo de 25 dias.
“Queremos demonstrar que uma tecnologia limpa e uma energia renovável podem concretizar o impossível”, afirmou o piloto e mentor do Solar Impulse, Bertrand Piccard.
A rota planeada foi revelada na passada terça-feira, dia 20 de Janeiro, no Abu Dhabi, onde começará a aventura. A primeira paragem será no Omã, para beneficiar do baixo teto de nuvens do Golfo Pérsico, antes de atravessar o mar da Arábia a caminho da Índia, em direção a Myanmar, China, Havai e Nova Iorque. Há, também, aterragens previstas no Midwest dos Estados Unidos e no sul da Europa ou no norte de África, em função das condições meteorológicas.
Este avião é o sucessor do Solar Impulse, uma aeronave pioneira que somou 26 horas de voo em 2010, demonstrando a sua capacidade para armazenar energia suficiente nas baterias de lítio durante o dia, para voar durante a noite. Os construtores do Si2 asseguram tratar-se do mais eficiente avião alguma vez fabricado, com uma envergadura maior do que a de Boeing 747 mas, graças ao seu desenho inovador, um peso idêntico a um SUV familiar 4X4. O aparelho em fibra de carbono, com apenas um lugar, tem 17.249 células solares nas suas asas, que irão alimentar quatro motores elétricos e baterias de lítio recarregáveis. À noite, a velocidade será limitada para evitar que a energia se esgote muito rapidamente. Este sistema confere ao Si2 uma “autonomia virtualmente ilimitada”, dizem os seus designers.