A companhia aérea angolana TAAG anunciou ter cancelado os dois voos (ida e regresso) que tinha previsto efetuar nesta terça-feira, dia 24 de dezembro, entre Luanda e Maputo face à insegurança pós-eleitoral que se vive em Moçambique.
“A TAAG – Linhas Aéreas de Angola informa que, devido aos acontecimentos mais recentes, e visando garantir a segurança dos nossos passageiros e tripulação, os voos DT581 e DT582, entre Luanda e Maputo, previstos para o dia 24 de dezembro, foram cancelados”, lê-se numa publicação nas redes sociais da companhia aérea angolana.
“Lamentamos qualquer inconveniente causado e agradecemos a vossa compreensão face a esta decisão, tomada com o objetivo de assegurar a máxima segurança de todos os envolvidos. Continuaremos a monitorizar a situação e a fornecer atualizações sempre que necessário”, conclui a TAAG.
A companhia aérea angolana não adianta mais pormenores, desconhecendo-se o número de passageiros afetado e quando retomará os voos para a capital moçambicana.
Em causa está a violência pós-eleitoral desencadeada pela não aceitação dos resultados das eleições presidenciais e legislativas de 9 de outubro por parte do candidato Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (‘Podemos’, extraparlamentar).
O Conselho Constitucional de Moçambique proclamou na tarde de segunda-feira, dia 23, Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar.
O anúncio provocou o caos em todo o país, com manifestantes nas ruas, barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.
Até ao final do dia, nesta terça-feira, dia 24 de dezembro, segundo dados provisórios, já morreram mais de 130 pessoas.
Na capital, Maputo, vive-se um novo dia de caos, com avenidas bloqueadas por manifestantes, pneus a arder e todo o tipo de barricadas, em contestação ao anúncio dos resultados, que envolvem saques e destruição de vários estabelecimentos privados e públicos, incluindo bancos.