A TAP Air Portugal apresentou nesta quarta-feira, dia 29 de novembro, ao Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) uma proposta formal para negociação do novo Acordo de Empresa (AE) do Pessoal Navegante de Cabina (PNC) da companhia.
O atual AE, celebrado há quase 12 anos, em 2006, teve desde então apenas adequação casuística da regulamentação existente, estando por isso desajustado.
“A proposta de novo AE que apresentámos mantém o essencial do AE atual, introduzindo importantes melhorias que permitirão assegurar um futuro melhor para todos”, refere em companhia em comunicado distribuído em Lisboa.
Na prática, explica a TAP, nada muda de imediato no dia-a-dia dos tripulantes de cabina que continuarão a reger-se pelo presente acordo durante todo o período de negociação. Pela lei, o AE atual tem ainda uma vigência de um ano. A TAP propõe mais seis meses adicionais para atingir um consenso sobre o novo Acordo.
O novo AE que agora será discutido com o SNPVAC pretende ser mais simples e de fácil compreensão, identificando de forma clara as responsabilidades da empresa e dos tripulantes.
‘Crew rest’ assegurada nos novos aviões da frota de longo curso
A proposta de novo acordo coloca a TAP em pé de igualdade para competir com companhias de bandeira europeias em termos de composição das tripulações nos seus equipamentos e mantém quatro tripulantes a bordo dos Airbus A319, acima do padrão europeu.
Em relação às novas aeronaves para o longo curso (Airbus A330-900neo) que a companhia portuguesa irá receber a partir de meados de 2018, a TAP garante que todas chegarão de fábrica com um compartimento exclusivo para descanso da tripulação (crew rest) assegurado, bem como se irá manter nas atuais. Ao mesmo tempo, permite a contratação pontual de aeronaves com descanso de acordo com as normas EASA para competir com a concorrência e fomentar o crescimento da companhia;
A proposta da companhia revê o modelo remuneratório para que reconheça e compense adequadamente o serviço de voo, incentive a equidade e possibilite uma atualização salarial; promove uma melhor qualidade de vida para todos através da redução do absentismo que, sendo prática de um grupo reduzido, penaliza a maioria; viabiliza a utilização na sua plenitude dos 12 aviões A321 LR já encomendados, de acordo com o plano de crescimento e expansão da empresa; flexibiliza as condições de prestação de trabalho de modo a permitir a sua adaptação às preferências pessoais de cada tripulante; contempla a contratação de tripulantes de cabina temporários para apoio em picos de atividade, como o verão e as épocas festivas; permite definir e investir num melhor serviço de bordo que garanta a satisfação e fidelização do cliente.
O comunicado da TAP, em que enuncia o que a companhia entende como sejam mais-valias para os seus tripulantes de cabina destaca no final que todas as premissas citadas anteriormente permitem ainda a expansão da companhia para destinos mais distantes, o que deixa no ar a ideia de que a TAP poderá em breve criar novas rotas intercontinentais.
Porta aberta para novas rotas intercontinentais
A TAP Air Portugal assegura que está apostada na cooperação e no diálogo que “são e serão sempre palavras de ordem” da companhia. Por isso pede “a cada tripulante que invista em si e conheça bem esta proposta para poder formar uma opinião própria, consciente e que não deixe de contribuir para a construção de um novo AE”.
“Esta proposta promove condições de trabalho mais justas e equitativas, permitindo uma atualização salarial e melhorando o modelo remuneratório. Permite ainda que haja mais aviões, mais voos e mais rotas, assegurando assim um crescimento sustentável da companhia”, conclui o comunicado de imprensa distribuída na tarde desta quarta-feira em Lisboa.